Chuva, frio e lama acrescentam emoção e diversão ao Rocky Mountain Games Juquitiba

Última etapa do maior festival de esportes e cultura de montanha do Brasil recebeu mais de 600 atletas, que elogiaram a estrutura e organização do evento

O encerramento da temporada 2023 comprova que o Rocky Mountain Games é bom até debaixo d’água. Nem a garoa intermitente ou o frio, com temperatura na casa dos 14 graus, impediu que o Fazendão RMG, em Juquitiba, recebesse mais de 600 corredores e bikers no sábado (26). E se a mudança no tempo deixou as trilhas enlameadas e mais escorregadias, tanto melhor para os atletas outdoor, que garantiram ter se divertido ainda mais na última etapa do maior festival de esportes e cultura de montanha do Brasil.

“Adorei a prova. As trilhas são muito bem cuidadas e esse lugar lindo nos convida a correr. O percurso dos 21k teve altimetria exigente, mas a maneira que as trilhas são construídas permite performar, então, é uma prova rápida. A organização é impecável e eu, como atleta de alta performance, percebo o quanto evento prioriza o atleta, desde a qualidade do kit, datas bem definidas, arena estruturada, até o fato de ter premiação em dinheiro, que é um diferencial. O Rocky Mountain Games permite uma excelente experiência para competidores de todos os níveis e, na minha opinião, é o principal organizador de esportes outdoor do cenário nacional”, opinou Mirlene Picin, a Mica, multiatleta que atua principalmente nas modalidades de Ski Cross Country e Biathlon, candidata aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026. Ela compete em esportes de neve desde 2007 e também em disputas de uphill e corrida vertical.

Gustavo Astolphi, o Guto, conquistou a primeira vitória na categoria geral no Mountain Bike 50km do Rocky Mountain Games e ressaltou a alegria de encarar o desafio na lama. “Com a chuva indo e voltando, a trilha começou a virar um pântano e foi muito legal e muito duro, com descidas bem técnicas. Consegui fazer tudo sem capote, só umas visitas em alguns terrenos no meio do mato, mas só entrei de frente, sem cair. Esse evento é especial. Aqui, parece que todo mundo se conhece, é tipo uma família. Ter vários esportes em um mesmo dia e local é fantástico, permite uma interação que não existe em outras provas”, comentou ele, que também é embaixador do evento.

A reação positiva dos atletas refletiu na satisfação e sensação de dever cumprido dos organizadores. “Estamos muito felizes porque as condições foram difíceis e, mesmo assim, os atletas vieram. A aventura, o desafio, foi molhado e enlameado para todos nessa etapa. E a essência do que criamos com o Rocky Mountain Games é conviver em harmonia com a natureza e as pessoas abraçam o que vier, mesmo que seja chuva e frio. Recebemos muitos feedbacks positivos e esse reconhecimento é muito importante, pois somos muito cuidadosos com as pessoas. Pensamos em todos os detalhes e muito na experiência e segurança dos atletas”, afirmou Caco Alzugaray, diretor da Rocky Mountain Sports Content.

Estrutura e apoio a todos é diferencial – Quando Andrea cita o cuidado com as pessoas, se refere a todas independentemente da idade. O Acampamento Go Outside é uma tradição no Fazendão RMG e também no Rocky Mountain Games. Prova disso são os próprios participantes. Enquanto o casal de médicos Julio e Fernanda Marchini encaravam o Trail Run, as filhas Helena, de oito anos, e Alice, de seis anos, se divertiam em meio à natureza com monitores especializados. “É ótima participar de um evento esportivo que permite envolver toda a família. Ficamos tranquilos para correr com as meninas no acampamento. A estrutura é fantástica. Adoro as surpresas que a natureza nos proporciona em meio ao percurso”, disse Fernanda, que fez a estreia no Rocky Mountain Games ao lado do marido e das filhas na etapa de Atibaia.

Antônio Rio Branco de Brito tem 14 anos e conhece bem o Acampamento Go Outside, que frequenta desde os sete. Porém, desta vez, ele foi a Juquitiba para uma aventura diferente. Ao lado da mãe, Beatriz, fez sua estreia em provas de corrida. E fez em grande estilo, com o segundo lugar na categoria até 29 anos do Trail Run 6km. “Eu venho desde pequeno aqui e recentemente estava treinando em São Paulo, no Ibirapuera. Foi muito bacana correr em Juquitiba e já pegar pódio na primeira prova da minha vida”, afirmou Tony, como é conhecido. “Ele é cria da casa. Foi exposto a esportes outdoor desde pequeno. Sem dúvida, poder deixar as crianças no acampamento é um diferencial para quem está em família. E o Fazendão é um lugar diferenciado, com trilhas bem preservadas e bem cuidadas. Esse lugar é único”, completa a mãe, também segunda colocada na categoria 50 anos. 

Bom pra cachorro – O Canicross é outra marca registrada do Rocky Mountain Games, uma atividade que une tutores e seus cães, de diferentes raças e tamanhos. É o caso da Chihuahua Clarinha e o casal de irmãos Husky Aila e Noa, a menor e os maiores animais na corrida em Juquitiba, respectivamente. “Corro com a Clarinha na rua desde que ela era filhote. Fizemos nossa primeira prova de Canicross na etapa de Campos do Jordão no ano passado e adoramos. A prova é muito legal, percurso bem sinalizado e o staff ajuda bastante. Tudo isso além da estrutura da arena. É um evento com clima diferente, que mistura várias tribos. Muito legal mesmo”, afirmou Jean Felipe Prado, da Canicity SP, tutor de Clarinha.

Ethel Cristine Azeredo também é da Canicity, mas do Rio de Janeiro, e levou os irmãos Aila e Noa até Juquitiba. “Divulgamos o Canicross e atuamos junto aos amantes dos doguinhos e o Rocky Mountain Games é um evento muito legal. O Noa correu com minha amiga, a Débora Guedes, e a Aila não participou porque não foi liberada no exame veterinário. Aliás, só descobrimos que ela estava com um probleminha de saúde por conta do exame pré-prova, e isso comprova a importância do canicross em relação ao cuidado com os cães”, completou.

As tribos no Rocky Mountain Games acolhem corredores, bikers, cachorros, pessoas com deficiência e também recebe atletas que competem de forma inusitada. É o caso dos artistas de circo Maikon Liporoni Oliveira e Lion Grock, que pedalaram seus monociclos ao lado das bikes de montanha e Gravel.

Programação quente – Em paralelo às provas, a Arena RMG foi o ponto de encontro de todas as tribos. A estrutura montada no Fazendão RMG garantiu que atletas, amigos e familiares se abrigassem da chuva e ainda aproveitassem o show de Rene Nunes e banda e participassem de atividades e ativações dos patrocinadores. E de barriga cheia, já que as opções de alimentação contaram com hambúrguer e choripán by Restaurante e Pousada da Roça, Açaí da Diana e a tenda com cafés especiais e comidinhas da Cofee Run Bike.

Os campeões gerais

CANICROSS
Willian Fabricio de Oliveira – Wol team (Saquarema – RJ)
Ana Beatriz da Rocha Alcantara – TDog Team (Araçoiaba da Serra – SP)

GRAVEL
Telma de Seta – (São Paulo – SP)
Eduardo Salviano – TWITTER BIKE (Jundiaí – SP)

DUATHLON
Gabriela Carvalho – Curtlo Lobo Guará (São Paulo – SP)
Felipe Jose Moletta – SEMEL Sao Jose dos Pinhais (São José Dos Pinhais – PR)

MTB 25km
Nicole Gobeth Di Martino – Escalera (São Paulo – SP)
Michael Henrique de Almeida Alves – Vercelli MMV MCTS (Itupeva – SP)

MTB 50km
Sabrina Koester Gobbo – (São Bento do Sapucaí – SP)
Gustavo Astolphi – Pedal Urbano (São Paulo – SP)

TRAIL RUN – 6KM
Fabia Barbosa dos Santos – Tubarões Cross (Campos do Jordão – SP)
Diego Henrique Goncalves – (Campo Limpo Paulista – SP)

TRAIL RUN 12KM
Miriam Aparecida Paulino dos Santos Pauluno – corraorientadobarueri (Barueri – SP)
Claudemir de Souza Almeida – RC Runners (Barueri – SP)

TRAIL RUN 21KM
Mirlene Picin – cortag (Moji Mirim – SP)
Wellington Ricardo da Silva da Cruz – 

O Circuito Rocky Mountain Games é uma realização da Rocky Mountain Sports Content, com patrocínio da FIT-UFC e apoio de Joga Junto, Mynd e cerveja Patagonia.