Voltar a Chamonix é sempre especial. Este ano, completei minha sétima participação na cidade símbolo do trail mundial e minha terceira vez na clássica Marathon du Mont-Blanc, depois de dois anos nos 42 km (2023 e 2024), desta vez enfrentei o rápido e desafiador belíssimo percurso de 23 km com largada em Chamonix e chegada ao alto do teleférico do Brévent, com vistas que cortam o fôlego tanto quanto as subidas.
A Marathon du Mont-Blanc é mais do que uma corrida: é um marco histórico do trail running mundial. O evento nasceu como Cross du Mont-Blanc em 1º de julho de 1979, quando 450 corredores subiram das trilhas do vale até Planpraz um dos momentos fundadores da corrida de montanha moderna nos Alpes. Em 2003, no 25º aniversário, o formato evoluiu e passou a incluir o percurso de 42 km, dando origem ao que hoje conhecemos como Marathon du Mont-Blanc. A partir daí o festival cresceu com novas distâncias (10 km, Kilomètre Vertical em 2011, 80 km depois expandido para 90 km, Duo Étoilé, provas jovens) e passou a receber mais de 10 mil corredores distribuídos em oito provas no maciço do Mont-Blanc a cada edição.
Entre todas as corridas em que competi ao redor do mundo, poucas concentram tantos atletas fortes de elite e amadores quanto a Marathon du Mont-Blanc. A junção de elites globais europeus que literalmente respiram montanha, atletas africanos em ascensão no trail, e nomes fortes de outras regiões torna cada largada feroz, mesmo para quem está “correndo por experiência”. A própria edição de 2025 reforçou isso: o evento destacou a participação dos melhores trail runners do mundo ao longo do fim de semana de provas, com disputas de altíssimo nível nas diferentes distâncias.
Para mim, competir em Chamonix é sempre reencontrar o motivo de amar o trail: montanha, gente genuinamente apaixonada por montanha e desafios que nos empurram além. Vamos colocar mais verde amarelo nas trilhas da prova mais clássica e pioneira do Mont-Blanc?
