“Um passo a mais” documenta expedição sustentável ao Everest

Filme acompanha a jornada de Bernardo Fonseca rumo ao Everest em uma expedição que transforma superação  em consciência ambiental. 

Quando se fala em Monte Everest, os números são superlativos. É o ponto mais alto do mundo, com seus 8.848m acima do nível do mar; já foi escalado, segundo dados do Himalayan Database, 12.884 vezes de forma bem-sucedida; 335 pessoas morreram tentando vencer a montanha desde 1953, entre tantos outros recordes e dados de tirar o fôlego. Entre eles, um menos explorado e divulgado: estima-se que no período de um ano, os alpinistas deixem para trás cerca de 100 toneladas de lixo apenas na região da rota da face Sul do Monte Everest.

Foram esses números alarmantes que fizeram Bernardo Fonseca e equipe se prepararem para uma expedição sustentável até o topo do planeta, resultando no documentário “Um passo a mais”, disponível na Aquarius a partir de 5 de dezembro. Um dia após sua estreia na plataforma, o filme inicia sua carreira internacional com a participação no Krakow Mountain Festival, que acontece nos dias 6 e 7 de dezembro, na Polônia.

O carioca, de 47 anos, completou sua primeira maratona aos 13. Com 17, o primeiro Iron Man. Mais tarde foi recordista da ultramaratona de 100 km na Antártica encarando -35° C e percorreu 246 km do deserto do Saara a 53° C. Como alpinista escalou o Island Peak (6.129 m), Kilimanjaro (5.895 m), Elbrus (5.681 m), Aconcágua (6.961 m), Huascarán (6.768 m), Quitaraju (6.040 m), Manaslu (8.163 m) e o Everest (8.848 m). Em constante contato e conexão com a natureza, Bernardo buscou entender o impacto gerado pelo esporte e então se relacionar de forma respeitosa com as paisagens que encontra pelo caminho — nos eventos esportivos organizados pela sua empresa, a X3M, qualquer pessoa que faça descarte irregular de lixo sofre uma punição de 5 minutos, por exemplo. Em média, uma corrida gera de 800 kg a 1 tonelada de lixo. 

O filme retrata diversas ações positivas em andamento para a limpeza e gestão de resíduos, desde as vilas do Vale do Khumbu até os campos altos. Existem depósitos ao longo da trilha até o acampamento base; uma organização que destina o lixo corretamente para reciclagem e estimula o “upcycling”, ou seja, transformam o que foi descartado em peças de arte; bolsinhas de  1kg de resíduos são distribuídas para que as pessoas desçam com elas e descartem corretamente na cidade, entre outras iniciativas. 

“A vontade de gravar esse filme nasceu do incômodo. Durante minhas expedições, vi de perto o impacto da presença humana nas montanhas mais remotas do planeta — inclusive no Everest. Escalar de forma sustentável era uma forma de respeito, e registrar tudo, uma forma de mostrar que é possível fazer diferente. Espero que esse documentário provoque reflexão, mas principalmente ação: que inspire as pessoas a enxergarem a natureza como parceira”, explica Bernardo Fonseca. 

O protagonista vai subindo e as imagens com a quantidade de resíduos, majoritariamente nos acampamentos, impressiona. Nos mais baixos, o trabalho para retirada é mais fácil, já nos mais altos, o desafio é grande, já que os resíduos devem ser carregados pelas equipes de volta para o acampamento por um trecho perigoso ou, quando possível, removido com ajuda de helicópteros. Foi o caso da equipe do filme, que contratou um vôo para recolher aproximadamente 100 kg de lixo do Campo 2, além do próprio, para colaborar nos esforços de redução de impacto na montanha. Chocolate, café, garrafas térmicas, tanques de oxigênio, de tudo um pouco fica para trás. 

O documentário foi gravado na temporada mais letal da história do Everest, com 17 mortes. As autoridades atribuíram os perigos às variações climáticas causadas pelo aquecimento do planeta. Isso torna o filme ainda mais urgente e necessário, é um chamado para a humanidade.  Bernardo Fonseca superou o frio e o medo da morte para mostrar que é possível impactar o mínimo possível a natureza e desfrutar dela ao mesmo tempo. Ele se arriscou para escancarar a incoerência que é amar tanto a montanha e não cuidar dela com carinho, dando um “Um passo a mais” para a preservação de uma das paisagens mais imponentes do mundo. 

A partir do dia 5 de dezembro, o longa poderá ser visto exclusivamente na Aquarius, que conta com a sua própria plataforma, além de canais no Prime Video e na Claro TV+. O streaming é o primeiro brasileiro dedicado exclusivamente a produtos audiovisuais sobre temas como saúde, bem-estar, meio ambiente, arte, ciência, tecnologia, psicologia e sociedade. 

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