Equipe Moleques do Sul/Sulbrasils vence a Athletic Way Adventure

Por Anderson Roos - 16 Dez 2002 - 01h52

Após liderar de ponta a ponta, a equipe de corridas de aventura Moleques do Sul / Sul Brasilis, vence mais uma prova, confirmando ótima fase. 12 horas e 42 minutos foi o tempo necessário para a equipe cumprir os 105 km da 2a Etapa da Athletic Way Adventure, prova que realizou-se dia 14 de Dezembro, entre os municípios de Joinville e São Francisco do Sul / SC. A equipe 2a colocada, ficou 1 hora e vinte minutos atrás dos "Moleques do Sul".

As 16 equipes que estavam na disputa, enfrentaram as modalidades de Natação, Mountain Biking, Trekking, Rapel e Caiaque, sob forte calor e chuva torrencial no final do dia.

Relato da Equipe / Prova

Após habitual conduta de manter o percurso das corridas em sigilo absoluto, no dia anterior a largada, a organização liberou a sequência de modalidades (e distâncias) que as equipes percorreriam e pontos onde teríamos contato com equipe de apoio. A partir daí, a equipe Moleques do Sul / Sul Brasilis, iniciou seu planejamento, estipulando a estratégia que seria adotada. Algumas dúvidas que restavam, foram tiradas no briefing, que ocorreu somente com os capitães, meia hora antes da largada.

Sábado, 14 - 8:00 hs da manhã - Largada na praia de Vigorelli, Joinville/SC.

Fizemos uma largada tranquila, certos que teríamos muito chão (e água) pela frente. A prova começou com natação, mas antes tínhamos que correr uns 20 metros, para daí sim pegar os mapas, e saber pra onde nadar. Protegemos bem o mapa para não danificá-lo, e saímos num ritmo lento para os 1.200 mts da travessia (Rio Palmital).

Fomos uma das 3 primeiras equipes a chegar completa e sair para o Trekking, próximo trecho da prova. Uma estrada proibida de transitar pela organização, nos obrigou a seguir por uma trilha bastante íngreme e escorregadia. Nossa bússola caiu no mato e quase a perdemos. Passado o susto, aceleremos o passo para tentar distanciar de um "bolo" de equipes que vinha logo atrás.

Para o PC2, éramos obrigados a cruzar um mangue, onde afundávamos as canelas até o joelho!!! Traçamos um bom azimute, e logo chegamos numa trilha que levou até a estrada do PC. Transição rápida e já partimos pros 55 km de pedal. Estávamos com uma vantagem muito pequena sobre outras 3 equipes (em torno de 5-10 minutos).

Com um bom trabalho de equipe e uma orientação precisa, logo chegamos no PC3, virtual. Estávamos pedalando forte (média de 25km/h), tentando manter nossa liderança. Neste trecho, o sol foi aparecendo, ganhando espaço e força, e parecia que íamos derreter!!! O percurso foi bastante plano, onde a dificuldade maior, era acompanhar o Erni (nosso integrante convidado, ciclista profissional), que mesmo rebocando nossa menina (a "Mel"), nos deixava mole-mole pra trás.

Devido à um motoqueiro bêbado, a "Mel" sofreu uma queda, e quase rolou a modalidade de "Full-Contact" com o "bebum". Superada a situação, prosseguimos...Os últimos 10 km do pedal, foi cruel: um "morrinho" sugou toda energia da galera. A lama e um Sol de "fritar os miolos" não aliviaram. Tivemos que empurrar bike morro acima. Down-hill engolindo barro, e na sequência, transição para o caiaque.

Mais uma vez, não perdemos tempo. Fizemos o necessário e partimos de Saí (continente) para São Chico (ilha), cruzando a Baía de Babitonga (4 km). No caminho, muitas marolas, que "apimentavam" a brincadeira. Para dificultar um pouco mais, "lanchas" de gente bacana fazendo mais onda.

Chegando em São Chico, seguimos de Trekking para o Morro do Pão de Açúcar, onde seria o rapel. "Voltinhas" pelo meio da cidade, e muitas pessoas olhavam, olhavam, e não entendiam o porquê das nossas vestes sujas, coloridas e estranhas!!! Subidinha puxada para o rapel, e o Sol, cada vez mais forte. Quando o Anderson, último integrante da nossa equipe iniciou o rapel, a equipe Mini Kalzone, 2a colocada, chegou neste PC.

Para o próximo PC (7), seguíamos de Trekking (17 km), tentando trotar. Impossível, as pernas já estavam duras. Eram várias opções de caminho. Optamos por sair logo da cidade, passando por uma localidade chamada São José de Acaraí. A trilha plotada no mapa, não existia muito bem?! Na verdade, era um pasto de uma fazenda, cheio de gado e búfalos, que ficavam vindo atrás da gente e olhando com uma cara estranha. Pulamos tanto cerca, que viramos mestres no assunto!!!

Logo, chegamos ao trilho do trem, que seria nosso caminho pelos próximos 2,5 km. Pra delírio da "molecada", começou uma forte chuva, que serviu para refrescar a "cuca". Neste ponto, uma situação engraçada: optamos por sair da ferrovia (supostamente abandonada), e seguir por uma estradinha paralela. Um minuto depois, vem a tal da Locomotiva tocando sua buzina!!! Ufa, foi por pouco!!!

Neste ponto, não sabíamos se ainda estávamos em primeiro, pois como tinham várias opções de percurso do rapel para o PC7, e ainda tivemos um deslize de navegação, que custou 15 preciosos minutos.

Finalmente o PC, e a confirmação que ainda estávamos em primeiro. Jogo rápido, partimos pra mais uma etapa de Mountain Biking, que foi terrível!!! Um areial com lama não nos deixava seguir a mais do que 10 km/h. As pernas, "gritavam" e "queimavam". O folego, nas últimas. Foi um momento em que frases do tipo: "o que eu tô fazendo aqui?" foram constantes.

Com paciência, vencemos este trecho, e com uma força vindo do além, ainda conseguimos dar uma "sprint" até a última transição da prova. Eram mais 17km de caiaque pelo Rio Acaraí, e mais 1km pelo mar, na baía da Enseada. Pra nós, graças a Deus!!!! Afinal, moramos numa ilha (Floripa) e gostamos de remar!!!!

Daí em diante, só foi administrar: olhávamos pra trás e nada do 2o lugar aparecer. A tão desejada vitória estava próxima. Não tinha como dar outro resultado!!

Os últimos obstáculos: fazer uma portage pela praia (30 mts) e passar a arrebentação para o quilômetro final. Seria fácil, não fosse os "quilinhos" a mais de água que o caiaque adquiriu no caminho e as pequenas ondas que quebravam em cima do caiaque duplo, dificultando passar a arrebentação. Entramos no mar, escureceu. Mas daí não tivemos mais dúvidas: foi só seguir em direção ao Show, atracar os caiaques na areia e cruzar a linha de chegada!!

Premiação em alto estilo, abrindo show do Dazaranha (banda de Floripa), e com uma multidão assistindo!!!

Agradececimentos especiais à Bike Tech - Floripa (228 1824) e ao Marcos, nosso "solitário" de apoio.

Equipe Moleques do Sul / Sul Brasilis é formada por Anderson L. Roos / Pedro Volkmer / Amélia Somensi / Erni (Bike Tech)
www.sulbrasilis.com.br

Obs.: O Troféu da equipe ficará exposto na Bike Tech Floripa.

fotos: divulgação/equipe Moleques do Sul / Sul Brasilis

Anderson Roos
Por Anderson Roos
16 Dez 2002 - 01h52 | General |
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