Fazendo parte do retorno de Alexandre Freitas e da EMA

Por Osmar Bambini - 22.Nov.2011

Comecei a correr em 2003 por influência de dois amigos, Sandro Carotini e Roberto Rozenberg, que eram "crias" do EMA. Sou da geração Short Adventure da Ecomotion e logo me transformei em "cria" da Chauás.

De lá pra cá o envolvimento com as corridas aumentou, participei de diversas expedições e dediquei boa parte da minha vida em busca de novos caminhos e desafios.

Em junho deste ano fui procurado pela Patrícia Crocci para que eu pudesse mostrar o trajeto - que sempre comentei com o Lucas da Chauás - para o Alexandre Freitas, com o intuito de fazer uma prova diferente dos moldes de uma corrida de aventura.

Ozi_Zé Pupo
Osmar Bambini e Zé Pupo pouco antes da largada do EMA MixTERRA

Fizemos o percurso em um Sábado de Junho. O percurso ainda era bruto, o local da largada outro e ainda não sabíamos bem para onde ir. O local, visual e relevo agradaram bastante o Alê, que deu o aval para que iniciássemos o desenvolvimento da Ema Mix Terra em Itu. Convidei meu grande amigo e parceiro de equipe, Fran Perez para me acompanhar no desenvolvimento do projeto.

Até então sempre fui atleta e nunca organizador e tinha total noção das minhas limitações técnicas para tal função. Logo o mestre José Pupo se uniu a nossa equipe técnica. Dai por diante tinha total segurança de dois validadores de altíssimo nível para criticar e palpitar no percurso que eu começava a montar.

Durante estes meses, que passaram muito rápido, mudamos o local da largada, a direção que a corrida seguiria e conhecemos outro mestre, o 12 vezes campeão brasileiro de moutain bike, Marcio Ravelli.

Tivemos um grande apoio da Protur de Itu e das Fazendas Concórdia, Cana Verde e Capoava.

Ao invés de estar preocupado ou ansioso, fiz tudo na maior calma e com a certeza que estávamos costurando um percurso nos moldes que o Alexandre queria. Uma prova rápida, sem orientação, mas que lembrasse momentos e situações das corridas de aventura, sem traumas nem tampouco perrengues homéricos. Quer dizer, tudo na medida certa.

Conforme falei, o percurso era uma pedra bruta que fui lapidando para encontrar passagens divertidas por entre as fazendas. Conheci a passagem pelas Fazendas Cana Verde e Capoava em um treino que fiz com o Zé Pupo. Eu tinha olhado no mapa do IBGE uma passagem bem interessante e estava, aí sim, ansioso para conhecer. "Zé acho que dá para passar"

Falamos com a proprietária da Fazenda, que nos mostrou a passagem e nos deu aval para passar. Para que pudéssemos passar por lá precisávamos também do aval da Fazenda Capoava e logo o pessoal responsável pelas atividades outdoor da fazenda liberou também. Quer dizer, a farra estava só começando...

Tentei de todas as formas aumentar o percurso da corrida em trilhas, mas isso acarretaria um aumento significativo na distância da corrida em geral.

Conseguimos com o Xikito, dono da Fazenda Concórdia, a passagem de 900 metros por trás do pequeno Cristo e conseguimos dar um pequeno brilho de corrida de aventura no trajeto de estradão da corrida.

Para mim o ponto alto da prova foi a perna de bike. Fiz umas duzentas vezes o percurso todo. Realizamos treinos de reconhecimento e duas semanas antes da prova recebi uma ligação da Capoava dizendo que teríamos que mudar a passagem por dentro da fazenda. Um casamento épico iria acontecer por lá e a família tinha fechado todo o espaço para o final de semana.

Como eu iria participar da Chauás 300 Km não tive tempo de olhar o novo caminho que iríamos passar. Neste momento fiquei preocupado...

Na última sexta feira, dia 18, conheci a nova passagem. Com meu filho, nas costas em minha mochila, esposa Lu, o Fran e a Marcia, começamos a bater a trilha na Sexta-Feira para no Sábado, marcar o percurso com fita zebrada. No final ficou mais bonito que a 1º passagem. Estava finalmente montado o percurso do 1º EMA MIX TERRA.

Alexandre Freitas
Alexandre Freitas na largada do EMA MixTERRA

Ficamos sábado o dia inteiro marcando as trilhas junto com o João, da equipe da Renata Falzoni. No final de tarde da sábado fizemos a volta principal com a Renata e tive a honra de conhecer outra lenda viva das corridas o mestre Eduardo Coelho.

Domingo, 3:00 da matina, fomos revisar e finalizar as marcações da estrada. Ás 10:00 em ponto a prova largou e a partir daí um marco histórico da Corridas de Aventura estava sendo cravejado nas pedras de Itu.

Desnecessário falar da honra, orgulho e felicidade que tive de participar do retorno do Alexandre Freitas e do EMA. O voto de confiança que recebi, mesmo sem experiência em organização de provas, foi algo louvável e que agradeço muito à Paty e ao Alê.

Acredito que estamos em uma fase de renascimento e evolução dos esportes de aventura no Brasil.

Acredito também que o Alexandre tem esse poder de unir diversos organizadores de outras provas pelo bem comum do esporte.

Agradeço a todos da nova e da velha geração que, como uma verdadeira família, se reuniu para celebrar a vida e a volta do pai das corridas de aventura no Brasil.

Aloha,
Ozi (Osmar Bambini)

publicidade
publicidade
Cadastro
Cadastre seu email e receba as noticias automaticamente no seu email diariamente
Redes Sociais