Camila Nicolau enfrenta mais uma prova Multisport na NZ

Por Alexandre Carrijo - 19.Nov.2011

Camila está pronta para a largada do Lake to Lighthouse, prova Multisport de 185 km pela ilha do norte do país que deu origem a esse esporte e à corrida de aventura.

Vivendo no país desde dezembro último e focada nos treinos, Camila obteve o 8º lugar no Coast to Coast em fevereiro, dessa vez competindo  no percurso original da prova já que em sua estreia em 2010 junto com Kenny Sousa (ambos venceram o Brasília Multisport e tiveram como prêmio a viagem para o mundial) o percurso foi alterado em virtude das condições climáticas.

Seu objetivo principal continua sendo o Coast to Coast, onde a maioria dos vencedores só obteve a primeira vitória na quinta tentativa. Como passo importante para isso, Camila enfrenta agora uma prova com quilometragem menor mas com tempo de prova bem superior ao do Campeonato Mundial.

O Lake to Lighthouse Challenge é uma prova diferente do Coast to Coast e muitos neozelandeses a consideram mais dura. São dois dias de prova e quatro estágios em cada dia. O desafio começa com 16k de MTB onde ganha-se 340m nos cinco primeiros quilômetros. Daí são 14km de canoagem em lago, que pode ter marolas altas devido aos ventos da região. A parte mais difícil da prova vem a seguir, com 46km de corrida de montanha. Os primeiros 26 são mais planos mas os 20 finais são bem ondulados. O dia termina com 6km de downhill de mtb voltando ao local da largada.

O dia dois começa com duas pernas de bike: 23 km de mtb seguido de mais 43 km de road bike. É isso mesmo, além do caiaque é necessário que cada atleta traga duas bicicletas. E todos trazem pois Multisport é totalmente ligado à performance. A seguir, são 21 km de caiaque em um rio de águas calmas sem corredeiras. Para finalizar, 16 km de corrida onde os cinco primeiros e os cinco últimos quilômetros são planos mas os seis do meio são de sobe e desce.

A prova acontece no Parque Nacional Te Urewera na região de Hawks Bay, sudeste da ilha do norte da nova Zelândia. A principal atração do percurso é o Lago Waikaremoana e a comunidade Maori, que recebe o evento e faz apresentações culturais. Na tarde de sexta houve o Powihi, cerimônia de boas vindas e orações de boa fortuna para os competidores na terra sagrada dos Maoris. Logo após "virarmos família", segundo os costumes locais, foi-nos oferecido almoço. No final da tarde, houve jantar preparado pela comunidade local (apenas 250 pessoas vivem nessa área) seguido de apresentação musical de crianças que incluiu o tradicional Haka - canção de guerra dos Maoris - e brieffing de segurança da prova. Como bem definiu o organizador da prova, Chris Joblin, o Lake to Lighthouse é mais do que um evento, é uma experiência cultural. E isso é mesmo verdade !

Após o briefing, Camila Nicolau falou sobre a prova, sua vida na Nova Zelândia e planos para o futuro.

"To morando na Nova Zelândia e estou apaixonada pelo país. Tem lugares perfeitos para treinar, atletas fortes e muitas provas. O Lake to Lighthouse vai ser a prova mais difícil da minha vida. Diferente de provas de expedição de corrida de aventura que você pode confiar no seu time, vou estar sozinha no percurso. Treinei para essa prova até mais do que para o Coast to Coast, pela dificuldade do percurso. Tô correndo até 20 horas por semana, mais do que fiz para o Ironman. Aliás, treinar aqui é muito diferente pois o terreno é muito mais desafiador, tem muita montanha... Mudei muito minha estratégia de treino, minha rotina. Tudo é muito novo ainda mas acho que ta funcionando, to bem confiante. Acho que vou terminar o primeiro dia e minhas pernas vão cair mas é isso, acordar no dia seguinte e mesmo sem conseguir pisar no chão continuar no segundo estágio. Tem muitas concorrentes fortes como a Elina Usher, Louise Mark e Sia Svenson...mas não estou pensando nisso, a prova por si só já é muito difícil. Vou tentar me manter na frente do pelotão desde a largada e sobressair na canoagem. Já na corrida de montanha é sobreviver, devagar é sempre. No segundo dia, estou bem no ciclismo e vamos pra luta. O importante é dar a cara pra bater e ver o que acontece. Sobre o ano que vem, quero competir no Brasil. Prioridade para o Ecomotion, que eu acho que vai crescer muito e provas de Multisport como o Brasília Multisport, Floripa e Paraty Spirit. Tudo que minhas pernas permitirem !"

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