As primeiras 12h de prova, 107 de 733 km de percurso
O Campeonato Mundial começou às 9h da manhã de quarta (8h da noite de terça no Brasil) com um lindo dia ensolarado de primavera. A largada foi na praia de West Burnie com a presença de 79 equipes das 90 inscritas, cerca de 30 jornalistas de todo o mundo, mais de 50 voluntários trabalhando na organização e autoridades do turismo, tanto de Burnie quanto do Ministro do Turismo da Austrália. Isso por si só já evidencia a importância do evento para a geração de negócios no país.
Precisamente no horário marcado foi dado o tiro de largada e os atletas iniciaram a primeira parte da prova, 17km de canoagem nas águas geladas do estreito de Bass, norte da Tasmânia. O tempo previsto era de 2h30 para a equipe mais veloz. Contudo o time Seagate da Nova Zelândia começou a mostrar toda disposição de levar o título para casa. Terminaram o trecho em menos de duas horas já abrindo distância sobre o defunto colocado.
Já Oskalunga Kailash terminou bem, mas sentindo muito frio por terem remado de bermudas visando uma rápida transição, já que haveria um teste de tiro ao alvo logo no início do trekking e engarrafamento seria certo. Diogo Malagon acertou os 5 tiros e o time seguiu rápido a prova. Ao menos um tiro deveria ser certeiro sob pena de tomar punição de 10 minutos.
Em Riana, cidade próxima da largada e ainda na civilização, houve a transição trekking / mountain bike em um gramado usado para jogar críquete, esporte muito popular na Austrália. No intervalo da aulas, crianças da comunidade local divergiam-se com a novidade. Caixas e bicicletas espalhadas pelo gramado e a clássica cena de corredores de aventura trocando vestimentas sem muitos pudores. Seagate chegou às 14h40 e fez a transição em cerca de 13 minutos. Team Silva, da Suécia, e os australianos bicampeões do XPD, chegaram 16 e 21 minutos atrás, respectivamente, e também fizeram suas trocas muito rapidamente.
O time americano Tecnu Extreme, do brasileiro Marco Anselem, chegou entre os 10 primeiros e disposto a sair rápido, mas a menina do time passou mal e os atrasou um pouco. Entre os 20 primeiros chegou Oskalunga Kailash com fisionomia tranquila. Caco comentou que a navegação é difícil com nenhum PC óbvio, "eles nunca estão na beira da estrada, sempre escondidos na vegetação". Bárbara estava tranqüila e foi a primeira a se aprontar. Aproveitou para blogar no site do evento, algo novo e obrigatório para todas equipes. Diogo e Rafael também estavam calmos e não pareciam surpresos com as difiuldades até agora. O que viria pela frente era uma perna de mtb de cerca de 6h com um trecho de caverna no meio. Para essa pernada saíram com mochilas bem maiores do que as usadas na largada.
Na próxima transição, Seagate mantinha a liderança sempre abaixo do tempo estimado pela organização e agora com 30 minutos de vantagem sobre Team Silva, que mantinha a 2ª posição, seguidos de Blackheart (Austrália), Thule ( Suécia), Adidas Terrex (UK), Merrel (África do Sul).
Tecnu Extreme chegou em 11°, logo atrás dos atuais campeões mundias Buff Termocool, e Oskalunga Kailash em um excelente 16° lugar, respectivamente as 21h13 e 21h41. Talvez Oskalunga tomem uma penalidade pois ficou registrado no PC que havia um item obrigatório faltando, a barraca. Ambos fizeram a transição com calma em cerca de 1 hora. Em relação ao tempo de saída da transição para os próximos 60km de trekking selvagem por um cânion com seção de cordas no meio por onde poucas pessoas já passaram, as equipes estavam a 2h21 e 2h44 do líder em aproximadamente 11h de prova. A organização prevê entre 15 e 30 horas para esse trecho, que termina no Lago Mackintosh, início da 2ª canoagem.
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Alexandre Carrijo é corredor de aventura e organizador do Brasilia Multisport - bms.vivabrasilia.com. Ele está na Tasmânia acompanhando o AR World Championship 2011. |
