Vai começar o Campeonato Mundial de Corrida de Aventura 2011 na Tasmânia
Na manhã do dia 2 de novembro começará na Austrália um novo capítulo das Corridas de Aventura no mundo, quando a 6ª edição do XPD Adventure Race sediará o 10º Adventure Race World Championship na Tasmânia.
Antes de falar especificamente da prova, que tem como representantes brasileiros a equipe de Brasília Oskalunga Kailash e o atleta Marco Amselem correndo em um time americano chamado Tecnu Extreme, é preciso contextualizar o momento especial que vive a modalidade tanto no país como no globo.
Canoagem na 5ª edição do XPD © James Pitman
Desde seu aparecimento em meados dos anos 80 do século passado, a Nova Zelândia sempre teve proeminência no esporte devido as suas características naturais de relevo e paixão de seus habitantes pela vida outdoor. Não só por isso, mas também por já existirem atletas preparados pelas provas de Multisport - reputadas como a verdadeira origem das corridas de aventura - para a então embrionária modalidade lançada pelo francês Gerald Fusil.
Além de sediar a primeira prova do gênero, a Nova Zelândia recebeu em 2000 o Discovery Channel Adventure Race que deu alcance global ao esporte. O evento foi todo gravado sob a perspectiva dos atletas e conseguiu expor ao grande público da televisão os sentimentos positivos e negativos que ocorrem dentro das equipes em seus caminhos rumo à linha de chegada. Toda essa emoção somada ao exuberante cenário da ilha do sul desse país fez com que aparececem novos competidores e muitos eventos pelo mundo. Inclusive a primeira edição do Adventure Race World Championship - ARWC em 2001 na Suíça. Algo parecido está acontecendo novamente.
O ano de 2011 trouxe grandes novidades para a corrida de aventura. No mundo, o controle do ARWC passou do neozelandês criador do Circuito Internacional Geoff Hunt para o australiano Craig Bycroft, organizador de provas tanto de Multisport quanto de Corrida de Aventura por meio de sua empresa Geocentric Outdoor Adventure Event Management Australia. No Brasil, o maior evento de gênero, Ecomotion Pro, muda de mãos depois de 8 edições bem sucedidas. Sai de cena Said Aiach e assume Shubi Guimarães com o desafio de fazer o evento e a modalidade crescerem no país.
Tudo isso colocado, voltemos ao Mundial 2011 na Tasmânia para apontar os principais efeitos dessa renovação. Esse ano o Mundial bateu alguns recordes antes mesmo da sua largada. Serão mais de 90 equipes de 23 países. As 70 vagas abertas foram esgotadas meses antes da largada, logo que abriram-se incrições. As outras 22 foram preenchidas nos eventos classificatórios. Nunca houve uma largada com esses números em uma final de Adventure Race World Series - ARWS.
Alguns fatores também são importantes de serem considerados para entender esse sucesso. O primeiro deles trata-se do local escolhido, a selvagem costa oeste da Tasmânia. Localidade identificada com mistério e curiosidade não só por atletas de aventura mas ecoviajantes em geral. Há também o fato do percurso voltar a ter característica expedicionária, já que os últimos mundiais em Portugal 2009 e na Espanha 2010 tinham conceitos diferentes e que não agradaram à maioria dos atletas de ponta.
Completando as razões de sucesso, a organização do ARWC vem anunciando desde o início do ano que o evento terá grande cobertura de mídia e que serão produzidos 4 programas de meia hora formatados em HD para serem distribuídos mundo afora por televisões e por serviços de bordo de companhias aéreas.
Sem dúvida um importantíssimo diferencial de qualquer evento para fazer girar o motor do esporte. No caso, o interesse de patrocinadores pela corrida de aventura, evento aspiracional que permite o posicionamento das marcas envolvidas junto a demandas contemporâneas da sociedade como condicionamento físico, qualidade de vida junto à natureza e sustentabilidade dos ambientes naturais.
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Alexandre Carrijo é corredor de aventura e organizador do Brasilia Multisport - bms.vivabrasilia.com. Ele está na Tasmânia acompanhando o AR World Championship 2011. |
