III Etapa Solo Brasileiro - A estratégia venceu a força

Por Joacil Carlos - 12.Oct.2011

Sempre participo dos eventos no Rio Grande do Norte pois são de primeira qualidade, tanto pela organização quanto pela alegria contagiante dos fiscais de PC. Era hora de mais uma batalha e precisava ficar entre os três primeiros para poder me manter vivo no campeonato. Tentei arrebanhar os corredores da Paraíba para o evento, mas não obtive êxito e parecia que a prova realmente seria SOLO.

Hora de treinar um pouco para suportar o calor do RN, parece que o sol de lá é diferente, como os treinos foram em horário de sol forte tiver que treinar SOLO.

Quanto a logística e a viagem, não precisa dizer: SOLO.

Joacil
© João Vital / divulgação

Joacil canoagem
© João Vital / divulgação

Chegada em Natal e recepção na casa do meu brother Sandro. Esse cara é super gente boa e sempre me acolhe quando vou para provas no RN. Dedico parte dessa vitória a você guerreiro, aquele remo foi de grande valia. Obrigado mesmo.

Noite de sábado, mapa na mão, é hora de traçar o percurso e a estratégia para o trekking. Seriam 5 PC’s, dois no alto da pedra e três ao seu redor. Não tinha ordem para pegá-los e aí entrou a estratégia de orientista, tentar fazer o menor percurso possível sem sofrer tanto. Como não conhecia a região optei por subir pelo lado menos íngreme, subida cruel, e atacar logo os de cima da pedra. Nunca vi tanta macambira em um só lugar. Bati os dois PC’s  e comecei a descida alucinante do PC 01 para o PC 05, imagina quem subiu por aqui! Parti em busca dos outros três, esses bem mais tranqüilos e ao chegar na transição para bike, PC 06, recebi a notícia que não tinha passado ninguém, pensei: a ESTRATÉGIA deu certo.

Na transição Sandro saiu na minha frente, peguei a bike e segui firme em busca do PC 07, olho para o alto da pedra e vejo muitos competidores lá e pensei: vão descer e fazer FORÇA para me pegar. Era hora de concentrar na navegação e seguir pedalando. PC 07 e Sandro alcançados e o pessoal devia estar fazendo FORÇA para chegar e eu TENTANDO escapar.

PC 08 batido sem problemas e começava a fazer contas para ver se conseguia o segundo lugar no campeonato, mas só saberia a posição deles no remo.

Cheguei ao PC 09 e não acreditei no que ouvi:
- Você quer açaí gelado?
- Como? Repita por favor
- Isso mesmo aqui tem açaí bem geladinho.

Que pergunta né fiscal?

O SOFRIMENTO com o calor era terrível e estava para encarar o pior trecho da prova. Era preciso muita cautela – ESTRATÉGIA - nesse trecho entre o PC 09 e 10. Uma trilha aberta pelo organizador da prova, um singletrack bastante técnico - pedra, areia, ponta de pau, espinho, cerca, tudo de ruim que você possa imaginar - e eu sem as habilidades devidas para o trecho. Mesmo assim tinha que transpor aquilo e seguir firme, pois eles estavam fazendo FORÇA para me alcançar.

Calor insuportável e eu só pensava em chegar logo no PC 10 para esfriar o corpo e ter noção da distância para eles, afinal de contas seria minha pior modalidade, o remo. PC 10 autenticado, comida rápida para abastecer o corpo e hora de remar. O que seria “mamão-com-açúcar” se tornava uma pedreira, pois começava a ventar forte, mas seguia firme na LUTA em busca do PC 11, pois sabia que eles vinham fazendo FORÇA.

Bate e volta e percebo que tenho mais de 1km de vantagem para Rafael Galhardo, o vencedor do campeonato, e não via Victor Joh, agora vocês sabem quem são eles? Sendo assim a VITÓRIA na etapa tava assegurada e o segundo lugar no campeonato.

Final do remo, PC 12 batido e agora era partir tranqüilo para chegada.

Aí entra o sábio MAHATMA GANDHI na corrida de aventura: A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita. 

Aproveito o momento para plagiar os guerreiros de selva: A vitória não pertence ao mais forte, mas ao sóbrio, habilidoso e resistente.

Parabéns David, Carol e a todos que fazem a Rapanui, pelas excelentes provas montadas por vocês.

Parabéns aos fiscais de PC, a prova fica mais divertida com a presença brilhante de vocês.

Parabéns a todos que lá estiveram e encararam de forma GUERREIRA aquela pedra e aquele sol.

Obrigado Senhor por me manter firme na luta.

Obrigado, mais uma vez, Sandro pela acolhida, pelo remo e por ser “minha dupla” por um pedaço da prova.

Um obrigado especial a minha esposa e a meu filho por entenderem a necessidade que tenho de praticar esportes e por ficar longe deles por isso.

Joacil Carlos
Limite Extremo/PB

publicidade
publicidade
Cadastro
Cadastre seu email e receba as noticias automaticamente no seu email diariamente
Redes Sociais