Atletas de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Brasilia, Santa Catarina e Minas Gerais desembarcaram neste final de semana na cidade histórica de Paraty (RJ) para a terceira edição da Expedição Terra de Gigantes. No século XVIII a cidade serviu de porto para escoar o ouro retirado de Minas Gerais e enviado para Portugal, no caminho conhecido como Estrada Real.
Os atletas começaram a chegar na cidade já na quinta-feira, mas o encontro de todos aconteceu somente na noite de sexta feira, no briefing apresentado dentro da tenda da organização, montado na praia do Pontal. O clima não era dos melhores: garoava e fazia frio, mas isso não tirava a animação dos participantes, muitos reencontrando velhos amigos que se vêem somente uma vez por ano no Ecomotion Pro.
Um diferencial para essa prova foi a presença das equipes baianas Makaíra e Gantuá. Devido aos altos custos, dificilmente as equipes do estado participam de provas na região sudeste e desta vez vieram com duas fortes equipes, além do atleta Arnaldo Maciel, com sua equipe completada pelo brasiliense Daniel Romero e do casal Papaventuras Rose Muller e Valmir Schneider, vindos do Rio Grande do Sul.
E vale destacar também a presença do também gaúcho Alexandre Nogueira Lopes Cunha, o Xandão, experiênte atleta com muitos Ecomotions na costas com a equipe Familia Extrema, e que correu com um trio bem mais jovem na Team Summit.
Pesos pesados marcaram presença na disputa pela premiação em dinheiro e a vaga no Ecomotion Pro 2012. Oskalunga, Trotamundo e Selva Kailash seriam as equipes a serem vencidas, mas como tudo pode acontecer nas corridas de aventura, havia muitas equipes que poderiam incomodar e talvez "roubar o doce" dos favoritos.
O briefing foi rapido e objetivo e que mais chamou a atenção dos atletas foi o gráfico de altitude do percurso, mostrando o desnível de quase 2.000 metros de altitude que eles teriam que enfrentar. E como o mapa deste trecho seria entregue somente no meio da corrida, não havia nada a fazer a não ser especular qual seria a montanha a ser desbravada e ficar imaginando o caminho a ser feito.
Apesar da previsão de melhora, o clima continuou fechado e o sábado amanheceu nublado. Bom para correr, mas a lama tornaria a prova mais difícil. Para evitar que uma equipe escolhesse os melhores ducks antes da largada, a organização optou por fazer um sorteio.
Barcos escolhidos, os atletas foram para trás do pórtico e ao sinal partiram no estilo Le Mans. A portagem autorizada na última hora permitiu que a primeira seção fosse percorrida em menos tempo, mas um forte vento contra exigiu força nos braços. Selva Kailash, Gantuá Millennium Tia Sônia e Oskalunga foram as primeiras a deixar os barcos e partir para o trekking pelo Saco do Mamanguá, mas as equipes ainda estava emboladas, com diferenças de segundos entre elas.
A navegação ainda estava tranquila, então quem estivesse mais forte fisicamente conseguiria ganhar terreno. A verdade é que todas estavam praticamente niveladas fisicamente e ninguem conseguia abrir muito distância.
No primeiro trecho em que a navegação ficou mais complicada, uma reviravolta aconteceu e quem estava na frente ficou para trás e o pelotão intermediário pulou para a frente. A Trotamundo foi a primeira a passar no PC5, enquanto que a Oskalunga chegou em 10º lugar.
Mas o pior estava por vir e no trecho seguinte, entre os PC's 6 e 7, conhecido como Labirinto do Corisco e onde as equipes passaram no começo da noite, a situação mudo novamente. Foi neste trecho que a maioria das equipes desistiu depois de "bater cabeça" por muito tempo e optando por seguir de volta para Paraty.
Enquanto isso, Oskaluga, Selva, Gantuá, Trotamundo e Brou Aventuras Ultrasport começavam a subida para Pedra da Macela, no municipio de Cunha. O trekking durou a noite toda e a primeira equipe a aparecer na área de transição para a canoagem final foi a Selva Kailash. Em segundo lugar chegou a Oskalunga, com cerca de 30 minutos de diferença, posição que terminariam a prova.
Fazendo uma corrida surpreendente e não deixando as duas primeiras colocadas se distanciarem muito, a equipe baiana Gantuá Millennium Tia Sônia conquistou a terceira colocação e mostrou que também temos boas equipes na região nordeste que podem competir de igual com equipes de todo o país.
O domingo ensolarada também trouxe mais gente para a praia, o que abrilhantou ainda mais o evento. O publico na areia e nos quiosques assistiam os caiaques chegando e os atletas comemorando a vitória sobre os Gigantes. Ficavam espantados quando ouviam o percurso feito e o tempo de prova daqueles "malucos" que ficavam a noite inteira andando no meio do mato.
"Foi uma prova disputada do começo ao fim. Se vacilássemos perdiamos 5 ou 6 posições. Cometemos um erro pequeno, de 20-30 minutos, mas que jogou a gente lá para trás. Fizemos muita força e não paramos de atacar e ser contra-atacado e foi assim com a Oskalunga e com a Gantuá até a subida da Pedra da Macela", disse João Bellini.
"Faltando 200 metros de altitude para chegar no PC no topo da pedra, demos um ataque fulminante - até para nós mesmos - e assinamos em primeiro e foi o ponto crucial para nós. Descemos muito forte, o Caco acertou um corte na navegação que nos jogou uns 15 minutos à frente e mantivemos isso na canoagem", completou Bellini.
Para Caco, capitão da equipe Selva Kailash, "Foi uma prova dura, teve uns 5.000 metros de desnível acumulado. Foi bem pesada e dificil para todos. Essa foi uma prova estilo Selva: perrengue, lama, técnica, difícil. Tem que ter cabeça para completar".
Além de vencer a corrida, a equipe foi ainda vencedora do sorteio da vaga no Ecomotion Pro 2012.
A prova foi bastante elogiada e já está garantida no calendário de muitas equipes. Se depender de quórum, muitas edições virão pela frente.
Visite o Hotsite para ver como foi a corrida, com notícias e notas enviadas direto de Paraty
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