Os 150 Km do percurso do Revezamento Volta à Ilha ASICS 2011 serão palco de integração entre cerca de 3.600 atletas inscritos para a prova, que será realizada no dia 30 de abril, em Florianópolis. Para Guilherme Linck dos Santos, de 27 anos, a tradicional corrida pedestre, que irá dar a volta na Ilha de Florianópolis, também será mais um exemplo de inclusão social. Ele tem Síndrome de Down, faz parte da Kautzmann Equipe de Corrida e irá correr o sétimo trecho, de 3,3 quilômetros, que inicia no Forte São José e segue pela praia de Jurerê.
Guilherme começou a correr há seis anos, quando integrou a equipe Kautzmann. Há aproximadamente 10 anos, em uma academia de Porto Alegre, ele conheceu o treinador Artur Kautzmann Filho, de 34 anos, que se tornou instrutor de musculação dele. "Correr me faz sentir melhor, ainda mais porque conto com o apoio da minha família e o incentivo da equipe", revela o rapaz. Atualmente, Guilherme e Artur integram a mesma equipe de corrida, formada também por outros dez homens, de 25 a 35 anos, que irá participar do Volta à Ilha pela 5ª vez. "Competir ao lado de uma pessoa com Síndrome de Down é uma experiência de honra. O lema é: o que eu posso fazer, ele também pode. Vejo a pessoa com síndrome, que é dedicada ao exercício, como vencedora", afirma Kautzmann, coordenador da equipe.
O maior incentivo de Guilherme para a corrida veio da família, da qual a mãe é a grande mentora. O pai é corredor de grandes provas nacionais e internacionais e a irmã também corre provas importantes. O jovem correu o Volta à Ilha há três anos e só não participou de edições posteriores, porque esteve, nas vésperas das provas, com problemas de saúde, que podem acometer qualquer pessoa. Guilherme treina três vezes por semana. Duas vezes na academia, em esteira, e uma vez na pista, com a equipe. Além disso, ele faz musculação duas vezes por semana.
A corrida e a Síndrome
"O Guilherme tem grande expectativa acerca de eventos como a Volta à Ilha ASICS. Ele fica muito feliz em estar convivendo em equipe e gosta de se sentir querido pelos que o rodeiam", afirma Kautzmann. Segundo o treinador, o garoto não tem características competitivas, mas participativas, que advém da sua participação influente em um grupo de escotismo, no qual tem a função de chefe. Guilherme escolheu a corrida em função da influência que seu pai e sua irmã exerceram sobre a família toda. Ele conheceu a prova por meio do pai dele e do treinador, Artur.
Artur Kautzmann acredita que os benefícios da corrida para portadores da Síndrome de Down vão além da inclusão social. "Os benefícios são, principalmente, cardiovasculares e psicológicos, além de sociológicos", diz. De acordo com o Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo, a expectativa de vida de pessoas com Síndrome de Down fica entre 50 e 60 anos e prática de exercícios físicos regulares só ajuda nesse fator.
Copyright©2000-
Adventuremag - Informativo sobre corrida de aventura - Política de privacidade
Proibida a reprodução, modificação e distribuição, total ou parcial de qualquer conteúdo deste website