Sempre pratiquei esportes. Com 9 anos fiz minha primeira corrida de rua de 10km; com 10 anos fiquei 4 horas em um morro perdido até conseguir achar o caminho de volta, mas não escapei de levar uma ‘’tunda’’ do pai. Meu esporte favorito era correr, fiz praticamente todas as modalidades de corrida de pista e de rua.
Em 2004, por incentivo de um diretor da TryOn que me patrocinou o equipamento, fiz minha primeira corrida de aventura. Foi a pior experiência esportiva que tive. 11 horas totalmente perdido, fadigado, com fome, com sede e totalmente arrasado psicologicamente. Mas o gosto pelo desafio e a vontade de superar os limites falaram alto e então comecei a dedicar um pouco mais de tempo a aventura. Vieram mais 2 corridas decepcionantes, só consegui completar todo o percurso a partir da quarta corrida.
Logo em seguida tive um convite para o ecomotion de 2005. Foram 6 dias de sofrimento, mas conseguimos chegar depois de uma disputa eletrizante no final com uma das equipes mais famosas do país a Competition Aroeira. Esse foi o início do que chamo hoje, meu aprendizado de vida, pois é o que considero a corrida de aventura.
Tive o convite para correr com uma equipe super dedicada, organizada e empenhada, com uma equipe de apoio sem igual. Foram 2 anos com a Papaventuras (RS), dos amigos Valmir, Rosi, Kely e Ricardo. Ganhamos muitas provas, circuitos e conquistamos um excelente resultado no Ecomotion Pro 2006.
Depois parti para duplas com os amigos Márcio, Charles e meu fiel escudeiro Miguel. Corremos e vencemos diversas provas, mas acabei caindo na categoria Solo. Tinha empresas que apostavam e ainda apostam em meu potencial: Big Wall, Pavioli e Villaggio.
Os treinos começaram a ficar cada vez mais exigentes e os equipamentos melhores; estudei orientação e táticas; observava e avaliava outros atletas e fui a cada prova me tornando mais forte e confiante.
Não era somente competir, era melhorar mais em cada modalidade, era errar o mínimo possível na orientação, era superar as dificuldades que eram colocadas a minha frente, pois estando sozinho teria que resolver.
Correndo Solo passei a entender melhor o quarteto, pois antes criticava e não gostava quando parceiros erravam ou passavam por dificuldades. Correr Solo me deu a humildade de entender e reconhecer que algumas vezes, por mais forte que sejamos, podemos estar vulneráveis.
Correr solo me tornou um atleta completo e uma pessoa melhor.
De 2004 até hoje fiz:
- 93 provas de corrida de aventura;
- 71% delas entre os 5 primeiros;
- 8 provas não consegui terminar;
- 5 Ecomotion Pro;
- 2 Brasil Wild;
- 2 Chauás 300 Km;
- 1 Bull of Africa (África do Sul);
- 1 Tierra Viva (Argentina);
Deste 2007 estou ranqueado entre os Top10 na categoria Solo do RBCA e em 2010 participei de todas os circuitos paulistas (Chauás, Adventure Camp, Haka Race, Troféu SP e Hyundai Adventure). Dentre as 16 provas que fiz neste ano, venci 8 delas e só perdi um pódio.
A corrida de aventura é um vida pra mim, é muito bom estar forte e saudável e é muito bom vencer e estar entre os melhores. Em 2010 viajei para vários lugares e em todos eles encontrei amigos, e isso faz realmente valer a pena.
Já pensei em parar várias vezes, não é fácil ser atleta e não ter uma vida de atleta, pois divido o tempo com o trabalho, mas até aí é igual pra todo mundo certo? A diferença é que tenho que viajar 1.200 km de ida e de volta e este ano percorri 40.000 Km entre avião e carro. Sou um atleta competitivo, gosto de vencer, mas respeito meus adversários, sou leal, pois afinal de contas muitos deles são meus amigos.
Hoje meu maior incentivo e o que me dá força pra continuar é meu filho, o Gabriel. Obrigado, anjo.
Que venha 2011. Boa sorte a todos e que eu possa ter a oportunidade de rever todos os amigos.
Marcelo Santos
Atual líder do RBCA
Campeão Paulista de 2010
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