Mais uma vez os "super gêmeos" Paulo e André Reis mostraram sua competência com mais uma etapa do Circuito Explorer. O Circuito Explorer vem assumindo um papel importantissimo na atração de novos atletas, criando provas adequadas para iniciantes, com distâncias reduzidas (30km) mas sem deixar de lado os atletas experientes, que foram desafiados a mostrar seu diferencial na estratégia, navegação rápida, transição e velocidade.
Nesta prova, mais de 60% dos participantes estiveram pela primeira vez experimentando uma CA. O comprometimento das equipes veteranas foi fundamental na divulgação, montagem das equipes e preparação.
O segredo do sucesso ficou por conta de uma mapa bem detalhado, com várias referências (vegetação, construções, trilhas, estradas, etc..) bem mapeadas e marcações com fita zebrada em alguns pontos críticos para facilitar a navegação dos novatos, além das várias opções de percurso que permitiram opções diferentes de estratégias aos mais experientes, mantendo a essência da aventura (o imprevisto, o desconhecido, o risco).
Assim como em outros estados, a Corrida de Aventura na Bahia vem sofrendo cada vez mais com a dificuldade das equipes tradicionais manterem suas formações originais e também formar novos atletas dentro de suas estruturas, uma vez que as provas vieram numa crescente de tamanho e tempo, atendendo aos anseios do público cada vez mais exigente. A consequência tem sido a aglutinação de atletas em equipes remanescentes com a consequente diminuição do número de equipes.
O trabalho desenvolvido pelos gêmeos, sem deixar de fora os demais organizadores (seja mantendo as modalidades de introdução ao esporte em suas provas ou associando a largada da CA com outras modalidades com corrida de rua, MTB, etc..), é de extrema relevância para a Corrida de Aventura, atraindo novos atletas e promovendo a necessária reoxigenação do esporte.
Acho que ainda temos desafios na busca de uma comunicação mais eficiente e que consiga atrair atletas de outros esportes, aventureiros que estejam dispostos ingressar em competições e nas modalidades de MTB, canoagem, orientação, etc... e sem deixar de fora o interesse dos patrocinadores (fundamentais para reduzir os elevados custos das incrições).
O que nos parece tão convencional quanto comunicar uma prova de 30km, 60km, 120km.... (hoje nos parecem tão curtas!!), para quem está de fora os comentários são: " – 30km!!! Você está louco!!! Tô fora"
Já cansei de argumentar: " – Mas são 18km de MTB. É fácil! Nem se preocupe que você consegue!". Até o cara entender, leva no mínimo 15 minutos de muita conversa.
Conversando com alguns dos novatos na prova, grande parte nunca tinha usado uma bússola (O que eu faço com o mapa?). Nunca praticaram MTB. Enfrentar o sol de meio dia, alguns trechos de areia, subida e descida (nos parece tão fácil !), mas sem preparo e sem equipamento adequado é sem dúvida um grande desafio. Fiquei sabendo de uma dupla que, no desespero na véspera da prova, assaltou a geladeira de casa e usou um colher de margarina para lubrificar a corrente da bike que não era utilizada há anos.
Ao mesmo tempo que nos parece hilário, nos mostra que o desafio de trazer novos atletas e mante-los na corrida de aventura depende muito de um trabalho conjunto de organizadores e atletas (equipes, federações e associações) gerando eventos que antecedam as provas e que não deixem a experiencia cair no esquecimento até o próximo evento.
Parabéns à Equipe Explorer pelo excelente evento e às equipes veteranas, pelo comprometimento em divulgar o evento e orientar os iniciantes.
Mauro Abram
Presidente da FBCA
www.fbca.com.br
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