O Haka Expedition Santo Antonio do Pinhal foi uma prova difícil. O frio e o grande desnível acumulado tirou muitas equipes da competição, que passou ainda pelas cidades de São Bento do Sapucaí, Campos do Jordão, Tremembé e Pindamonhangaba.
Dentre as equipes e atletas que subiram no pódium, uma chamava a atenção por não ser prontamente reconhecida pelos participantes. A Olho D'Água, formada por Eduardo Yamada e Rafael Yamada, tio e sobrinho respectivamente, deixou muita gente conhecida para trás e conquistou o terceiro lugar na categoria Dupla masculina.
Além do ótimo resultado, há outro detalhe que vale o destaque da equipe: Rafael tem apenas 16 anos.
Eduardo é produtor de orquídeas em Santo Antonio do Pinhal e foi quem começou nas corridas de aventura. Em 2003 ele formou a Jeca for Fun e em 2004, a Olho D´Água. A partir de 2008 ele passou a correr com o sobrinho, que iniciou sua "carreira" em 2004 no Adventure Kids, quando tinha apenas 10 anos (leia relato abaixo).
Privilegiados por ter seu campo de treino a poucos metros da porta de casa, eles treinam 5 vezes por semana em ambiente outdoor. "Moramos num sitio, então é só calçar o tênis ou sapatilhas e sair de casa para estar treinando. O treino de canoagem é feito num reservatório de água dentro do sitio e quando temos mais tempo, vamos para a represa do Itapeva", disse Eduardo Yamada.
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Relato de Rafael Yamada
Comecei a correr, ou brincar na verdade, em novembro de 2004 no Adventure Kids (com 10 anos). Desde então peguei gosto pela corrida de aventura fazendo rapel em viadutos, remando em corredeiras e principalmente, pedalando pelas trilhas da serra da Mantiqueira de moutain bike.
Há dois anos comecei a correr com meu tio Du na Haka Race, categoria Sport. Na segunda prova que fiz, em Extrema, ficamos em primeiro lugar. Nesse circuito de 2009 ficamos com o vice campeonato.
Nesse ano focamos somente no Haka Expedition. Fizemos algumas corridas de 50 km e também ficamos em segundo lugar no Chauás, realizado também em Santo Antonio do Pinhal.
O meu treinamento foi puxado para essa prova, veja só:
- Semanal: 3x corrida / 2x bike / 2x canoagem e mais 3x por semana de musculação, sendo que nos treinos por modalidade havia um longo de corrida, de bike e canoagem.
Além disso fizemos uma vez por semana treinos especiais em Campos do Jordão acima dos 1600m e chegando a quase 2000m para ganhar resistência.
Na Haka Expedition andamos no nosso ritmo e fomos ganhando posições, mas depois de um tempo o meu corpo começou a funcionar no automático. Sempre me alimentando e hidratando muito bem, eu controlava o tempo das alimentações e o meu tio navegava. Fomos bem focados, concentrados em terminar a prova esquecendo o frio, cansaço e dores pelo corpo.
Para não dormir na última perna de canoagem o meu tio sugeriu a gente tirar um racha e quem chegasse por último pagaria um almoço (risos). Foi loucura, mas nos manteve num ritmo forte.
Quando chegamos, uma noticia que não esperavamos: ficamos em terceiro na nossa categoria.
O meu tio estava bravo por descer o Pico do Itapeva de bike, dizendo que aquela trilha tinha que ser de treking e não de puxe-bike. Eu disse pra ele que se quiser rotina, vai jogar futebol de botão ou pembolim (risos).
Estou começando, tenho muito o que aprender e treinar. Mas o importante é se divertir com as corridas de aventura.
Valeu moçada, obrigado
Rafael Yamada
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