Todo inicio de ano é igual para os corredores de aventura. Abrir o calendário do Adventuremag e decidir com os companheiros o calendário de provas. Obviamente, alguns ajustes são feitos ao longo do ano para adaptar nossa vida pessoal e profissional. O problema que esse ano foi difícil se programar com todas as alterações ocorridas no calendário.
Porém, sempre olhamos essas mudanças com uma oportunidade nova. Como toda equipe, tínhamos programados fazer o Brasil Wild e Ecomotion. Com o adiamento das provas, aproveitamos para ir ao Haka Race em Bertioga para conhecer o circuito que todos que voltavam falavando bem. A primeira experiência com a organização foi fabulosa e, com isso, nos empolgamos em correr o Haka Expedition. Essa também foi a oportunidade de testar a formação nova da equipe com André, voltando depois de uma temporada no Canadá, e o Caixeta estreando no time.
Antes mesmo da prova já sentíamos uma energia muito boa no ar. Os momentos de seriedade eram intercalados com brincadeiras e bons papos. À noite, uma pizza e cerveja para relaxar, enquanto isso uma chuva torrencial para assustar: será que vai estar frio amanhã? Rapidamente a resposta bem humorada: Bom, pelo menos o rio vai ser rápido!
Na hora da largada nada de chuva, pelo contrário, um tempo super agradável para a prática de esporte. E assim foi, aquela “socação” inicial de prova com as bikes, até o primeiro AT. Na canoagem começamos a respirar e entrar no clima da prova. A Xingu estava logo na nossa frente e a Lagartixa no visual atrás. Na saída do Rio Sapucaí Mirim, fizemos uma transição mais lenta e as duas equipes saíram para o trekking na frente. Chegando no Baú, descobrimos que a Lagartixa tinha se perdido e que a Xingu estava na tirolesa esperando a 12 minutos na nossa frente.
Com o problema da tirolesa, ficamos 32 minutos esperando e o frio começava a apertar. Além disso, o resto da equipe já estava preocupada com o sumiço de todos. Nesse momento, a Lobo Guará foi mais rápida na decisão e resolveu dar a volta maior e não esperar. Depois fomos nós com Reginato, Pedro, Daniel e mais alguns solos. Correria para recuperar o tempo perdido, chegando no Bauzinho a decepção, além da Lobo Guará a Xingu conseguiu atravessar a tirolesa, deixando a equipe em terceiro no Pc 5.
Sem uma discussão, a equipe baixou a cabeça e resolver fazer força! No PC 6 nem vimos nossa colocação. Depois de uma bateção de cabeça na Cidade de Campos de Jordão para achar o caminho para o PC 7, chegamos ao ponto pensando que estávamos bem atrás. Foi quando o Togumi avisou: "Voces são os primeiros"... Opa, vamos acelerar!
O próximo trecho era decisivo, a navegação era complicada e fazia um frio inacreditável. Com a pressa esquecemos de levar roupas quentes e corremos de camisa da prova e bermuda! A idéia era não parar. Além da dupla Lebreiros, muitos solos estavam conosco nesse momento. A medida que as bifurcações iam aparecendo, menor era o grupo. Nesse momento ganhamos um quinto elemento, o Daniel que ficou com a equipe até o PC 9 e se juntou novamente no final para completar a prova junto.
Não podemos deixar de falar do melhor chocolate quente das nossas vidas no Pico Itapeva! Foi um daqueles momentos que você se pergunta: O que realmente estou fazendo aqui de bike nessa chuva?
Não sabíamos da nossa vantagem em reação aos outros, por isso continuamos acelerando para não dar bobeira. O mula bike até Pinda testou nossa paciência para valer! Se a equipe não brigou no Down Hill não briga mais, a trilha foi dura demais.
Passando do PC 9 sabíamos que a prova estaria quase definida, porém continuamos focados na prova. Sabíamos que só saberíamos da nossa vantagem no PC 11, quando encontrar o apoio. Chegando lá a boa notícia, a Lobo Guará está a mais de uma hora atrás. Sabemos da força da Lobo Guará, então decidimos acelerar na bike para quebrar qualquer tipo de tentativa de aproximação. No último de trekking, subimos conversando e fazendo planos para o futuro. Foi onde aliviamos e curtimos a equipe, a prova, o local. Onde sentimos aquela sensação inexplicável que depois de 23 horas de prova nos faz dar vontade de começar tudo de novo!
A Organização do Haka está de parabéns, mais uma vez surpreendeu. Uma prova dura, bem organizada, com muito respeito aos atletas. Podem ter certeza que no ano que vem a Equipe Unimed Rio Terra de Gigantes estará presente.
Agradecemos imensamente nossa equipe de apoio (Gui e Claudinha) que muito mais que preparar nossos equipamentos e comida, passaram a vibração necessária para vencer o desafio.
Philipe Campello
Equipe Unimed Rio Terra de Gigantes
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