Toda corrida de aventura parece a primeira vez, incrível tamanha ansiedade que se repete a cada prova, a cada desafio, a cada quilometro, para saber o que virá pela frente.
Quando recebi o convite para correr a Multisport Paraty o primeiro motivo que me levou a aceitar foi o fato de poder rever uma grande amiga de infância, Dani, que hoje mora em Paraty com sua família maravilhosa e que nos receberam de braços e coração abertos.
O segundo passo seria convidar uma amiga ou um amigo para me acompanhar nesse desafio, aceitar essa aventura não é pra qualquer um, precisa ter o esporte na alma, a vontade de superação na cabeça e o espírito de aventura no peito.
Juninho “vulgo Toninho” aceitou o desafio e partimos para Paraty em busca de superação pessoal, pois correríamos na categoria solo e diversão, é claro, poder rever o charme de Paraty e caminhar pelo seu centro histórico também faziam parte da prova.
De cara aprendi, nunca subestime 35km de prova, após correr 50, 150 km achei que 35km seriam tranqüilos, hahahahaha coitadinha....engano nosso, o Jorginho, organizador do circuito é mais louco e criativo do que eu imaginava, fez um percurso duro e desafiador ao mesmo tempo alucinante.
A prova contou com 8km de canoagem, 10 km de corrida e 17km de mountain bike.
O domingo amanheceu lindo, ensolarado e sorrindo pra gente. Bike no AT, caiaque na areia, briefing e o velho friozinho na barriga na contagem regressiva para a largada, ai meu deus, pareço marinheira de primeira viagem, rs.
Foi dada a largada na Praia do Pontal com os atletas correndo em direção aos caiaques. Seriam 4km remando contra a maré até o Paraty Sport Aventura onde houve um tempo de neutralização de 20 minutos para o circuito de 7 tirolesas.
Após esse tempo seguimos de bike num percurso técnico e pesado com subidas bem íngremes pela estrada Paraty – Cunha... subi, subi, subi... sensação de já estar chegando no céu para uma palavrinha com Deus, rsrs. Ao final dos primeiros kms de mountain bike veio aquela velha e conhecida pergunta que tenho certeza que todos um dia já se fizeram: “O que eu estou fazendo aqui?” hahahaha. A resposta só fui encontrar na linha de chegada.
Já próximo ao PC numa subida ferozmente inclinada ouvi um grito de uma pessoa que passava de moto no sentido oposto: “Vai guerreiraaaaa”, era tudo que eu precisava ouvir pra tirar aquela força do umbigo e finalizar esse trajeto.
Nesse ponto o Juninho já havia acelerado na frente e eu estava SOLO mesmo, como nunca estive em corrida de aventura.
Próximo desafio, os 10km de corrida pelo Caminho do Ouro, em calçamento de pedra feito pelos escravos nos séculos XVII e XIX e por onde era escoada a produção de ouro para Minas Gerais. As pernas já começavam a sentir o efeito das subidas, porém anestesiadas com o belo cenário que percorria.
Nessa hora passa um filme da nossa vida, o porque de tantos desafios impostos pela vida e a certeza de superar qualquer barreira.
Senti uma energia vindo dos meus filhotes queridos, Maitê e Kaike e era por eles que eu estava ali e tinha a certeza que conseguiria completar a prova.
Ritmo constante, porém ao meu tempo, na minha “pegada”... água para hidratar, balinhas de gelatina “YUMI” para repor as energias, gel e bike de novo....
Mais e mais subidas e um single track animal... Visual exuberante do sertão, algumas pedaladas e adivinha? Encontrei o Juninho, hahahahaha isso que é destino, terminaríamos a provas juntos como começamos...animadíssimos fizemos o último trecho de canoagem e após 5h e 50 minutos cruzamos a linha de chegada com aquele sorriso no rosto....e a alma agradecendo esse domingo especial de primavera.
Lembre-se: pode ser que tenha até dificuldades, mas se você realmente acredita que pode realizá-lo, não perca tempo: vá e faça.
Obrigado Paraty Multisport
Fabiana Ferreira
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