Na tarde de sexta-feira a Elaine foi para Pinda e adiantou a retirada do mapa, checagem de equipamentos, e levou a bike no AT. Eu cheguei por volta da 1:00 AM, cansado da viagem, mas animado para a prova. A etapa bateu o recorde com 154 equipes e a promessa de uma disputa acirrada.
Tomamos café e nos preparamos para uma prova fria, mas o sol apareceu e proporcionou um dia maravilhoso para todos os atletas. Fomos para a largada, Bosque da Princesa e tudo pronto: uniforme, equipamentos, água, mapa, bússola, beijo de boa prova e largada! Ah, e corações para comemorar o mês dos namorados, eu mereço!
Corremos até o duck, entramos no rio para 10 km de canoagem, 7 km a favor da correnteza e 3 contra. Apesar do encosto estar murcho, remamos forte e observamos a margem para optar pela portagem ou não. Preferimos arriscar empurrar o duck e chegamos junto aos primeiros colocados no pc2. Às vezes não fazer nada ajuda muito e foi isso que a Elaine fez, não atrapalhando. Ela até tentou me ajudar a carregar o duck, mas o problema não era força e sim falta de coordenação. Estava difícil para ela carregar remos e ajudar e levantar o duck para pular a cerca apesar de a ordem ser simples: larga remo, levanta o duck, pula cerca, pega remos e continua. Mas o tico e teco estavam de folga e era um tal de pular a cerca e não levantar o duck, depois levantava duck, pulava a cerca mas esquecia os remos... Mas deu certo.
Deixamos o duck e seguimos 6km de trekking forte. Nessa hora o sol apareceu pra valer e castigou um pouco. Assinamos o PC 3, continuamos em ritmo forte, e chegamos no PC4 e AT para rapel na Pedra Laura. Não imaginávamos que seria tão demorado. Pegamos senha nº 15 e as categorias Pró e Sport se misturaram e embolaram e atrasou muito a saída para o próximo PC. A Elaine esperou 1:45h até eu voltar do rapel e seguimos varando mato até o PC5 e AT das bikes.
Saímos um minuto atrás da 1ª dupla. Navegação certinha, equipe concentrada, bem fisicamente e com muito gás para buscar a liderança. A Elaine foi à frente e depois de alguns metros meu pneu furou e eu falei para ela seguir e me esperar na bifurcação. Troquei a câmara e na hora de tirar a bomba o bico saiu junto. Nessa hora me arrependi de ter falado para ela seguir. (Lei de Murphy. Tudo o que eu falo a Elaine faz do jeito dela e bem na hora que ela devia fazer isso, me obedeceu, pela 1ª vez, e na hora errada!).
Tive que continuar com a bike nas costas e mesmo pedindo para avisarem a Elaine, ninguém deu o recado. Desci correndo até um amigo fazer a gentileza de me dar uma câmara nova. Agradeci, troquei rápido, subi e sai pedalando forte. Perdemos 23 minutos e caímos para 8º lugar.
Tentamos não nos abater e fizemos uma corrida de recuperação. Foco na navegação e chegamos no PC 6 em 5º lugar. Desse ponto em diante não havia mais troca de modalidade, só MTB até a chegada e a preocupação era não errar. Assinamos o PC 7 em 4º lugar, mas a Elaine ainda achava que estávamos em 8º e eu fiquei quieto só para ver a reação dela.
Seguimos pedalando pelo asfalto, cruzamos a linha do trem, e fomos beirando as plantações de arroz até o PC 8. Daí para frente a navegação era delicada e um erro nos custaria várias colocações e um grande charco para atravessar com as bikes. Lembrei de uns comentários que o charco batia na altura do peito e no nosso caso significava afogamento. Melhor concentrar e navegar com precisão.
Tudo certo, assinamos o PC 9 somente a seis minutos da 3ª equipe (que ficaram assustados quando nos viram, lembrando que os mesmos comemoram quando furei o pneu). Ainda tínhamos um problema, a ponte e o medo da Elaine. Altura de 250m e distância de 200, mas para ela foi mais longo que o trecho de 6km.
Nessa hora a paciência é bem vinda e eu, outros atletas, resgate, socorrista e até o Léo tiveram muita calma e nenhuma pressão até ela atravessar a ponte e chegar à terra firme. UFA! Agora só restava o último e o mais difícil, PC10, localizado no meio de um reflorestamento de eucalipto. Eu imaginei que teria muitas entradas e muitas equipes perdidas, mas parei, tirei azimute e acertei de primeira o PC. Dalí para frente à adrenalina voltou e pedalamos forte, cruzamos com uma dupla e na hora eu tive a certeza da 3ª colocação, mas a Elaine ainda achava que estávamos em 8º...9º..... uma tristeza no olhar...
Chegamos ao Bosque da Princesa com a missão cumprida. Fizemos o nosso melhor, nos dedicamos o tempo todo e não deixamos a falta de sorte nos abater. Fomos até o fim. E por pouco a Elaine não vai embora antes da premiação.
Nós agradecemos a SPAventura, pelo apoio nessa etapa do Haka Race e pela parceria que está só começando. Ao amigo especial Christian pela paciência de aturar a Elaine na viagem e a todos que torceram por nós.
Eu agradeço a Elaine pela grande amiga e parceira de prova, e pela grande namorada que ela é. Obrigado, Lã.
Marcelo Sinoca
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