Fiquei impressionado com a estrutura da prova, briefing bacana, local de largada fantástico, pórtico bem posicionado e iluminado, estrutura de prova grande. HP realmente nos trás o que aplica no Ecomotion.
Para esta prova a equipe da MILLENNIUM DAVENTURA MAKAIRA, estava com parte da formação que iniciou o ano de forma vitoriosa. Deborah Feiden, Leonardo Sousa, Náru Moraes (eu mesmo) e substituindo Gustavo Chagas que estava desta vez no lado negro da força, organizando a prova, Hélio Jugurta.
Equipe super reforçada e com muitos quilômetros de experiência, no apoio da equipe, apenas meu irmão Loro, Christian, cabra macho sofrer sozinho pela equipe.
Na largada, às 09:00 da noite, saímos na formação, eu e Deborah, Hélio remando com Léo. Com pouco tempo de remo já era perceptível que algo estava errado com o caiaque tipo foca da dupla masculina, havia muita água sobre o caiaque e a situação só pioraria. Com cerca de 40 minutos já havíamos trocado as duplas para tentarmos ao menos chegar na ilha para drenarmos água da estrutura do caiaque, mas um pouco de sorte makaira nos ajudou.
A organização contava com uma escuna para convidados e imprensa que quisessem acompanhar o primeiro trecho de canoagem e ao passar por nós gritamos pedindo ajuda, prontamente responderam com gritos de BORA MAKAIRA (tenho quase certeza que Lu do agreste estava lá), incentivando e nos dando adeus... oxe e a ajuda... pelo menos avisem que estamos com o caiaque afundando... não entendiam nada, apenas vibravam com cada grito nosso. Como não paramos de gritar e levantar os remos acender as lanternas, quase se jogar no mar, acho que perceberam que algo de errado estava acontecendo. Eles tinham um caiaque reserva, já precavidos dessa possibilidade e não demoramos muito para realizarmos a troca.
Partimos em direção a Bom despacho, meu ponto de referência para a travessia e já avistamos uma equipe em nossa frente. Noite a dentro remamos forte e novamente estávamos eu e Deborah em um barco e Hélio com Léo. Cerca de meia noite reconhecemos o hotel em Itaparica que marcava o PPO A, na areia estava a Extreme e passamos ao lado dos marrentos mais gente fina da Bahia. Bússola na mão, reta traçada e força para aproveitar o máximo a maré que ainda não estava contra.
Chegamos à praia de Bom Jesus dos Pobres antes mesmo das previsões da organização e à frente na competição. Era cerca de 02h30min da manhã, só poderíamos sair às 4 por ordens da organização assim, aproveitamos para queimar 1:30 das 3 horas que era exigido. Assistimos nossos principais rivais chegarem logo atrás e esperamos nosso momento de retomar a prova.
Um pouco a mais que 4 da manhã saímos para o trekking crucial da prova, já anunciado por Gaiamum. Fomos rápidos, porém cautelosos com as distâncias percorridas e relevo. Tudo ia bem, quando sem perceber saímos da trilha marcada e tivemos que varar mato, um trecho curto porém muito lento. Avistamos a dupla de Sergipe correndo em um patamar acima do nosso e assim voltamos à trilha correta. Mas, certeza, tivemos ao avistarmos uma fita zebrada em uma bifurcação, subimos um morro em uma trilha escura de tão arborizada. Neste momento já estava bem claro o dia e saímos em um pasto. Devíamos continuar em frente mais alguns metros e passar pelo PPO-B, porém encontramos em uma outra choupana dois caçadores que nos indicaram um caminho para sair dali, aí caímos naquele velho erro de seguir indicação de nativos, além de que a choupana que encontramos bem que poderia ser o PPO-B.
Com nova referência no mapa, corremos pela trilha indicada juntos com a dupla Sergipana até o momento que esta sumiu. Ainda assim insistimos rasgando mato e descendo a montanha para seguir um braço de rio. Fizemos um trecho de cama de gato pulando tronco de árvore e muito mato que fechava o caminho pelo rio até perceber que o azimute estava totalmente errado. Com a bússola na mão, seguimos reto, rasgando braços e pernas em tiriricas até reencontrar com uma belíssima trilha com o rumo perfeito para nosso destino...SOCAAA BOTAAA
No PC 2 já sabíamos que estávamos liderando por não encontrar nenhum rastro de equipe pelo caminho que passamos, fizemos uma transição nem tão rápida e partimos de bike para o PC 3.
Acompanhados por Togumi e um cinegrafista, não podíamos fazer feio e pedalamos forte. Acho que exageramos, pois sentimos o forte calor e tivemos que parar 5 minutinhos para jogar água na cabeça e resfriar o corpo, o que se repetiu umas duas vezes antes de acabarmos uma super subida no morro que nos separava de Santo Amaro. Nunca ficamos tão felizes em encontrar uma bica de lavadeiras no meio da ladeira...
Alcançamos o PC3 às 12:20 e enquanto bebíamos refri com energético, ouvimos pelo rádio que nossa vantagem era grande para o segundo colocado. Partimos fazendo tanta força quanto antes para o PC4. Transição para natação, iríamos atravessar o rio Paraguaçu e não paramos, para aproveitar que o rio estava com pouca correnteza. Colocamos nossas bikes no barco e partimos nadando, demoramos muuuito para atravessarmos, pois as câimbras nesta modalidade é quase obrigatória.
No PC 5, no outro lado do rio, resolvemos gastar mais 1 hora das três e aproveitamos para comer um prato de peão (feijão, arroz, carne para os carnívoros e ovo pra mim) antes de partirmos. Dado o tempo, saímos correndo em busca dos PCVs, com folga para aproveitar a luz do dia, eram cerca de 15:00. Nem tão rápido já que estávamos todos correndo com nossas sapatilhas, já que não tivemos contato com nosso apoio. Poste com crânio de boi, PCV6 OK, rasgamos mato direto para o PCV7, rápido e certeiro subindo o morro, aí veio a novela mexicana do PCV 8.
Com todas as referências batendo, seguimos as curvas de nível sem pestanejar, fizemos o caminho mais curto e já estávamos em cima do PCV8. Como era um prisma em um mapa de 1:25000 teríamos que procurar um pouco. Assim rodamos em cima do morro onde indicava o mapa, fizemos uma corrente e varremos lateralmente, verticalmente, radialmente, atirando para todos os lados, até pensar em buscar em outros morros nos passou pela cabeça, mas as referências eram muito óbvias. Estávamos na parte mais alta da região, podíamos fazer triangulações diversas e todas indicavam o mesmo local. Já estava escurecendo, depois de três horas rodando por uma área de 10.000m² com poucas árvores. Deixei a equipe no local e voltei para o PC5, encontrei com a organização para indicar a falta do prisma, que com pouca movimentação perceberam o que estava acontecendo, inclusive Paulinho da Caatinga Trekker nos viu no alto do morro e não entendia como não encontrávamos o prisma. Tinham retirado o prisma.
Voltamos espancados pelo tempo perdido, com pouca comida e água, e ainda assim fomos buscar o PCV9 e voltamos para o PC 10. No caminho encontramos a equipe Extreme e tínhamos certeza que a nossa vantagem já não era tão grande. Voltamos a pedalar e seguimos em direção a Santo Amaro, PC11, pelo asfalto socando a bota.
Encontramos com Christian, nosso apoio e resolvemos gastar nossos últimos 30 minutos das 3h obrigatórias. Comemos e fomos enfrentar a ladeira do quebra-bunda, pelo menos assim que os locais a chamavam. Parecia infindável, mas cerca de 9 da noite alcançamos o PC12, sem demora alcançamos o PCV13 e encontramos com Tiago Valois no PC 14, já perto da meia noite. Nos indicaram que o asfalto para o PC15 seria proibido e seguimos por uma trilha que no mapa já mostrava que seria cabulosa. Fomos lentos, pela navegação pesada, pelo terreno que nos fazia carregar muito as bikes e pelo sono que já nos empurrava para baixo.
Sem acreditar que tínhamos saído, alcançamos o PC15, última transição, cerca de 3 da manhã e por orientação da organização teríamos que aguardar às 06:30 para seguirmos. Aproveitamos e dormimos até a chuva nos acordar. Nos preparamos e saímos para remar sem ainda avistar a Extreme, agora era só chegar.
Este trecho foi pura curtição, alimentados, descansados e pra lá de mau cheirosos. Encalhamos e empurramos mas chegamos em São Francisco do Conde com muita satisfação às 08:45 da manhã de domingo, cheios de orgulho e fazendo muito barulho.
Uma pena que muitas equipes perderam tanto tempo no trecho de trekking, pelo que assisti pelo GPS Track da Adventure Mag, foi que apenas a Olhando foi beneficiada pelo PPO-B. As outras 4 equipes não perderam tempo procurando o ponto de referência dado pela organização e acabaram não percebendo os grandes erros de navegação que estavam cometendo. Neste momento a grande vantagem da Makaira foi perceber o erro e corrigir a tempo de voltar para a trilha certa.
Agora, mais que nunca, os agradecimentos são super importantes. MILLENNIUM, nosso nome próprio por respeito e admiração à empresa que esta mudando a história das corridas de aventura na Bahia, DAVENTURA, pela belíssima prova, organização profissional, mostrou mais uma vez a excelência na organização deste evento. À academia Hangar 45 que nos apóia. Aos meus companheiros de equipe, Hélio Jugurta, Deborah Feiden, Leonardo Sousa e Christian Giammarino pela compromisso intenso durante a prova. agradecer à imprensa que além de parceiros, muitos já são grandes amigos; aos amigos que nos acompanharam, em especial Mateus, que mesmo em Salvador muito ajudou, auxiliando Christian com o apoio e participando ativamente de todas as fases da prova.
Parabéns a todos que participaram desta grande prova e espero o quanto antes correr ao lado de todos numa próxima aventura.
Náru Moraes
MILLENNIUM DAVENTURA MAKAIRA
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