Percurso difícil do Running DAVENTURA 2010 tira muitas equipes da prova

Por Wladimir Togumi - 27.Apr.2010

Cento e oitenta quilômetros pelo Recôncavo Baiano. Esse foi o desafio montado pelos organizadores do Running DAVENTURA para a edição 2010, que teve largada no Forte São Diogo, no Porto da Barra, e chegada em São Francisco do Conde. Em um prova difícil, das 23 equipes (quartetos e duplas) que largaram, apenas 8 cruzaram a linha de chegada.

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Os competidores - e a organização - tiveram muita sorte em relação ao clima. A chuva que caiu até a noite de quinta feira foi substituida por muito sol e calor e apesar de também não ser muito confortável correr nessas condições, a primeira seção de canoagem seria muito difícil com o clima ruim.

Enquanto algumas pessoas aproveitavam a praia no final da sexta feira, começava a correria para os participantes da prova: arrumar equipamentos, se apresentar no check-in montado dentro do forte e pegar os mapas para a montagem das estratégias. Os mapas principais tinham escala 1:100.000 e além deles foram entregues mais dois para os trechos mais críticos em relação à navegação: um na escala de 1:50.000 e outro em 1:25.000, o que exigiu uma grande adaptação dos navegadores no decorrer da prova.

A cerimônia de abertura contou com a apresentação de um grupo de dança e a exibição de videos com o resumo da edição anterior, levantamento da prova e um trecho de filme que invocava os guerreiros que cada um tem dentro de si. Enquanto alguns atletas prestavam atenção a tudo, outros corriam atrás do atraso e terminavam os preparativos do mapa ali mesmo no auditório do hotel.

Era quase 21h00 quando os atletas se alinharam no pórtico de largada. Na outra ponta da praia eles podiam ver os caiaques que os esperavam para os primeiros 30 quilômetros de prova em canoagem pela Baía de Todos os Santos, passando pela Ponta de Itaparica e chegando em Bom Jesus dos Pobres. Esta primeira transição era também um dark zone e as equipes poderiam sair somente após as 04h00 da manhã de sábado, portanto quem chegasse mais cedo teria mais tempo de descanso. E também poderia descontar esse período do tempo da parada obrigatória total de 3:00h e deveria ser "pago" em alguns pontos pré-determinados do percurso. A organização optou por criar o Dark Zone para que as equipes pudessem descansar e também não iniciar o trecho de trekking durante a noite, pois essa seria uma seção bastante difícil.

Com pouco menos de 6 horas remando (às 2h45), a Millennium Daventura Makaíra - que pegou um bote furado e teve que trocar de embarcação no meio do percurso - terminou a seção em primeiro lugar e logo atrás chegou a Extreme Adventure Team e Direction. A maré começou a baixar rapidamente e as duas primeiras equipes foram praticamente as únicas que conseguiram deixar os botes próximos ao PC enquanto tinha água ali. A cada segundo que passava as equipes que chegavam tinham cada vez mais que arrastar os caiaques pela lama até chegar no local do posto de controle.

Para a equipe alagoana MassaioQ, o trecho foi um pouco maior do que o previsto. "A estratégia na canoagem era mirar na diagonal e chegar em Itaparica, mas o problema é que a gente se confundiu e de Itaparica continuamos reto e saímos do percurso uns 10 quilômetros ou mais! Ficamos umas duas horas remando mais que todo mundo", disse Tavares, convidado da equipe.

A seção seguinte foi um trekking de 22 quilômetros por um trecho bastante difícil e de progressão lenta até São Francisco do Paraguaçu. Foram mais de 6 horas de caminhada até que a Makaíra, ainda mantendo a liderança, chegou na transição montada ao lado das ruínas do Convento de Santo Antônio do Paraguaçu, uma incrível construção datada de 1649.

O trecho foi o ponto alto da prova em diversos aspectos: dificuldade, o que gerou mudanças de classificações e desistências, e polêmica em relação à regras. Neste ponto também acontecia o primeiro ponto de corte e quem não saísse até as 17h00 seguiam direto deste posto de controle (PC2/AT2) para o PC14, em Opalma.

A segunda equipe a chegar na transição para o mountain biking foi Giramundo, de Feira de Santana. Outras equipes que se deram bem foram a Olhando Aventura Capibaripe, que saiu do 12º lugar para a 3ª colocação, e Aventureiros do Agreste, do 14º para o 4º lugar. No decorrer do dia as equipes foram chegando e muitas optaram por abandonar a prova ali mesmo. Outras desistiram ou não conseguiram passar do ponto de corte montando no PC 3 e das 8 equipes que cruzaram a linha de chegada, apenas 3 fizeram o percurso completo: Millennium Daventura Makaíra, Extreme Adventure Team e Aventureiros do Agreste.

A polêmica ficou por conta do PPO-B, localizado no meio do trekking. De acordo com o Race Book "Os Pontos de Passagem Obrigatória (PPO) são locais de segurança, os quais devem ser acessados pelas equipes. Os mesmos podem ter ou não fiscal de prova e não há registro de tempo". A organização explicou dizendo que o ponto é apenas uma referência de segurança, mas algumas equipes relataram que perderam bastante tempo à procura deste ponto, visto pela nomenclatura que era obrigatório, e que as primeiras equipes não passaram pelo local.

Dali para a frente as 3 equipes que conseguiram passar pelo horário de corte tiveram apenas que administrar a sua prova para cruzar a linha de chegada. Mas para a Makaíra a prova teve um pouco mais de "emoção". Após o mountain biking as equipes fizeram uma travessia de natação e enfrentaram uma pista de orientação, utilizando a carta na escala 1:25.000. Um dos PC's virtuais (PCV8) foi retirado do local montado pela organização e a vantagem de quase 3 horas que tinham sobre a Extreme Adventure Team diminuiu.

PC cancelado, as equipes pedalaram durante toda a noite até o município de Acupe, de onde partiram remando no começo da manhã de domingo, para a chegada em São Francisco do Conde.

"Prova mais uma vez duríssima, navegação pesada que definiu a prova logo no início, muitas equipes ficaram para trás num trecho cabuloso. A gente conseguiu sair bem, mas perdemos tempo ali também e pensamos que estaríamos embolados e quando fomos ver estávamos bem à frente e conseguimos manter até o final", disse Náru Moraes, da Millennium Daventura Makaíra.

Dentre as equipes cortadas, a primeira a cruzar a linha de chegada foi a Direction, de Pernambuco, que ficou com a 4ª colocação. "A gente estava bem na prova, fizemos a canoagem dentro do previsto, mas do PPO-B para a frente demos uma vacilada na navegação que acabou dando umas 5 horas de diferença no final", disse Jairo Marques, capitão da equipe. "Isso sempre causa um desânimo na equipe, mas a gente conseguiu força para terminar".

Entre as duplas a vitória ficou com a Mad Dog e o segundo lugar, com os mineiros da Advogado Aventureiro Minas.

Site oficial: running.daventura.com.br

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