Quando decidi retornar a corrida de aventura após cinco anos dedicados aos afazeres profissionais e domésticos, meu principal desafio foi controlar o psicológico de que tudo daria certo.
Sempre fomos uma família outdoor, meu marido um atleta entusiasta nato, já tinha sua equipe montada e sempre me estimulava a voltar, porém para mim faltava não apenas equipe, mas uma disposta a dividir o desafio ao lado de uma integrante com preparo físico de mãe de duas filhas (dois a quatro anos) que não treinava desde da primeira gravidez.
Minha grande amiga, companheira de trabalho e aventura Fabiana Ferreira foi praticamente a solução para todas minhas “neuroses”. Membro da equipe Mandabala Girls, mãe de dois filhos e apaixonada por esportes se encarregou de colocar a Marcela, minha filha - que apesar de apenas quatro anos não fez nada feio - na clinica do Kids no sábado, e me convenceu que seria fácil completar nossa equipe; e não é que ela tinha razão; em apenas duas ligações já tínhamos amigas disputando vaga, isso foi uma injeção de animo incrível.
A primeira a confirmar presença foi a iniciante Juliana Segantin, absolutamente empolgada com a possibilidade de participar, porém proporcionalmente despreparada; não tinha bike nem conhecimento em navegação muito menos tempo disponível para treino em sua agenda de trabalho, faculdade e 20 aninhos a flor da pele para as baladas que sua conjuntura disponibiliza.
Feliz da vida com “minha equipe” praticamente pronta, faltava a navegadora. O que poderia ser uma missão impossível foi apenas o tempo de uma ligação, afinal eu desconsiderei as conexões de Mandabala Girls e Maryta Cervolo topou, era o destino mostrando que era hora. Ao contrario da Juliana, Maryta vinha se dedicando a provas e treinos e apesar de sua agenda de viagens profissional sempre lotada, ela tinha disponibilidade e vontade.
Equipe montada, equipamentos separados e treino a cada hora disponível para compensar os anos de ócio.
Cumprindo o cronograma sábado estávamos com as famílias já em clima de competição, as crianças aproveitando as clinicas de bike, vertical e remo enquanto os adultos aguardavam o fim do dia para o briefing final.
Céu estrelado e todos sentados na praça em frente ao telão que passava uma retrospectiva emocionante de 2009 antes das coordenadas para o dia seguinte, coordenadas essas que quase me fizeram desistir, um momento de fraqueza tive certeza que não daria conta de completar a prova. Mais uma vez Mandabala Girls, já com sua recente formação, mostrou sua essência, desistir jamais.
Às 8h30min do dia 14 de março o apito soou e saímos todos em disparada para o melhor dia dos meus últimos cinco anos, ao ritmo de “todo mundo esta feliz” mesmo no meio de uma subida extenuante com o sol a pico ou apos duas horas perdidas em um trecking na montanha Mandabala Girls completou o circuito em oito horas.
Fomos uma das últimas equipes a cruzar a linha de chegada, mas tenho que admitir, minha vitoria pessoal foi praticamente pódio com medalha de ouro.
Ponto pras meninas, hahahaha
Roberta Maia Garcia
Mandabala Gamaia Girls
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