Alã Costa relata a participação da equipe Selva Aventura na Chauás Botucatu

Por Ala Costa - 27.Apr.2009

A etapa Chauás Botucatu foi marcada por uma série de adaptações que tivemos que lidar. Desde a distância, modificada de 85k para 105k até a implantação do novo regulamento da APCA. Dentre todas as mudanças e novidades, a única certeza que tínhamos era que seria um Chauás a lá Lucas.

A formação de nossa estratégia no circuito contava com duas novidades, o João navegando, Sá, nosso novo reforço de astral e alegria, completada pelo Hadi e por mim. O fator desafiante aqui para nós era grande, com João, Sá e Hadi vindo de um Camp desgastante no final de semana anterior e eu de um acidente de bike na Aldeia, Laringite e uma semana daquelas no trabalho.

Já na largada, as equipes saíram em ritmo forte, buscando o PC1 ainda dentro da cidade. Como a polêmica é um tempero que não pode faltar, as “motos” madrinhas nos fizeram dar uma “volta” ao ginásio.  PC com fila? Meu Deus, alguma coisa está diferente.

A caminho do PC2 mantivemos um ritmo forte, forçando por descidas que não acabavam e muitas pedras soltas. Nosso plano era chegar forte e seguir em um canoying ao PC3. Antes de chegar no PC3, a Sá sentia uma dor muito forte e neste ponto mudamos nossa estratégia de ritmo objetivando a recuperação da Sá, nos mantendo sempre próximos e com atenção a ela.

PC3! Uma “piramba” curta e vamos rumo ao PC3A, onde de lá pegaríamos as bikes para o primeiro pedal, o que seria muito bom para ajudar na recuperação da Sá e ajustar o ritmo comandado pelo João, que seguia liderando a equipe e nos empurrando rumo a nossa missão, tarefa que também não seria possível sem a ajuda do Hadi que vinha sempre fechando o grupo e ajudando o João a manter o ritmo do pedal, o que me ajudou muito em virtude das câimbras que senti ao longo da prova.

Neste primeiro pedal a novidade prometida pela APCA. Uma checagem de primeiros socorros e obrigatórios, onde todas as equipes teriam que apresentar os cerca de 27 itens obrigatórios nesta inspeção. A checagem era por ordem de chegada, sendo marcado o horário de chegada e saída da equipe para que ao final da prova ele fosse descontando do tempo total de prova.  Felizmente estávamos a SELVA e outras 3 duplas, porém ao sairmos já havia um acumulo de equipes, o que confirmou nossa percepção quando a dificuldade que somente uma única pessoa teria para manter a ordem, controle e checagem dos cerca de 27 itens, tendo ainda que lidar com a pressão das equipes que ali estavam competindo, e sucessivas interrupções na checagem das equipes, que estavam sendo inspecionadas para anotar o número e tempo de chegada e saída de 40 outras equipes. Saímos desta inspeção com TODOS equipamentos conferidos e checados  após 11 minutos, segundo o fiscal controlador.

Continuamos o longo pedal até o PC7, onde de lá teríamos um trekking nas cuestas onde a navegação seria fundamental. Aqui a estratégia era contornar os trechos intransponíveis e um vara mato que nos desgastou muito entre o PC8 e PC9. De volta ao PC10, mais uma bike longa e de serra.

A partir deste ponto fizemos uma prova de administração, mas a missão precisa ser cumprida, afinal de contas, como o Caco sempre diz: “Quando o corpo não agüenta, só a moral sustenta!”, e com uma estratégia de ritmo de recuperação, alertas para cuidar da hidratação e alimentação, seguimos em frente na Botucatu quente e ensolarada.

O Pedal ao PC11 era desafiador, cheio de “pirambas” e com um downhill por trilha, muito técnico que exigiu muita atenção. Ainda com o ritmo tranqüilo, chegamos finalmente à caixa de abastecimento, PC12. Com uma transição bem demorada, nos alimentamos, cuidamos da suplementação e bora ao remo! Nossa “zona de conforto” foi quebrada com a chegada da LifeGuard, e agora era hora de injetar a energia reservada! Rumo ao PC13, era impossível de remar, seguimos abrindo caminho e varando mato pela margem do rio. Seria mais desgastante se não fosse a estratégia elaborada pelo João, que nos permitiu agilizar o transporte dos ducks pela água, conduzido por 2 atletas e não desgastar os outros dois que foram caminhando pela margem.  

Ducks entregues e pé na estrada. Não tínhamos idéia onde estava a LifeGuard e 4 headlamps atrás de nós aceleraram ainda mais nosso ritmo. De volta à bike, aliviamos peso, pegamos os obrigatórios e ajustamos nossa estratégia para acelerar e tomar distância da LifeGuard, que vinha na “bota”!

O pedal até o PC15 era duro, com uma subida íngreme de 3k que parecia não acabar, e aproximadamente 7km  de pedal no total. Concentrados e motivados seguimos com ritmo firme, força e buscando abrir o máximo possível. PC15!! Tivemos uma injeção de adrenalina e entramos na cidade igual a loucos e a Chauás virou um “atravecity”! 

Muito contentes e entoando nosso grito de guerra, “SELLVAAAAAAAA!!!” nossa missão chegava ao fim. A SELVA cruzava o pórtico mais uma vez em primeiro no Chauás! Esta sensação é indescritível e todo nosso esforço e superações se juntam, transformando os problemas vividos em histórias engraçadas e lições recompensadoras. A união e determinação de todos tiveram sua recompensa.

Quero ressaltar qualidades como a garra da Sá, que não desiste, Hadi que esta sempre ajudando a todos e a navegação perfeita do João.

Mas para nós o final esta etapa foi surpreendente e controversa. Devido a checagem de equipamentos ter tido muita diferença (por haver apenas um fiscal checando e no começo da prova onde as equipes ainda estão muito agrupadas ) houve um desconto de tempo gasto nesta função ao final da prova, resultando na alteração da primeira posição. Decepcionados na hora, procuramos entender realmente a situação e na verdade muitos prós e contras foram levantados ante esta decisão. Acho muito importante a iniciativa de regulamentação para crescimento do esporte, mas sabemos que no começo pode gerar alguns erros para serem corrigidos futuramente. Continuaremos sempre lutando por aquilo que acreditamos e não queremos deixar duvidas do respeito e admiração que temos pela Life Guard , que andou muito forte na prova!!!

Quero finalizar este relato parabenizando o Jose Leça, que motivou quartetos a participarem da Chauás, o que além de fazer a prova valer mais pontos, demonstrou e registrou claramente sua contribuição para a corrida de aventura. PARABÉNS Lobo Guará!! Ah, obrigado também Leça pela logística da chácara! Foi muito divertido e engraçado todas as equipes ali juntas, Lobo Guará, a Life Guard e o Tiago, aluno SELVA que fez sua estréia com tudo em sua primeira prova já encarando um Chauás.

Agradeço sempre aos alunos da SELVA que nos dão uma injeção a mais de motivação e que torcem por nós. Os alunos de hoje crescem como equipes e disputam posições como nós (até mesmo com nós... estes caras quebram TUDO!!!). Vocês nos dão alegria, orgulho e enriquecem nossa experiência de vida. Esta lição de vida não tem preço. OBRIGADO e todos e um GRANDE ABRAÇO!

Obrigado a Kailash, nosso patrocinador que acredita e nos proporciona equipamentos de qualidade para sermos competitivos. A Probiótica, que nos abastece e mantém nosso pique com sua suplementação de qualidade, feita por profissionais competentes e muita pesquisa. A Sport Star, que deixa nossas bikes competitivas e sempre prontas para enfrentar qualquer prova e a NEAF FISIOTERAPIA que sempre mantém nossa integridade física e também remenda quando precisa!!!!

Alã Costa
Equipe SELVA Aventura

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