Relato da equipe All Nature Adventure na Bituin - Rio do Sul (SC)

Por Willian Lara - 09.Apr.2009

Dia 4 de abril, estávamos todos reunidos para mais uma prova do Circuito Catarinense de Corrida de Aventura, etapa Rio do Sul, promovida pela Bituin.

O ponto de encontro era no Bar Bituin patrocinador do evento, e ali estavam todos reunidos para uma corrida que prometia muito empenho das equipes tanto com preparo físico como técnico, já que seria toda traçada entre morros e de considerável navegação.

Onze quartetos dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio grande do sul se preparavam para a largada que seria com as equipes já em movimento, muito interessante, pois elevava ainda mais a competitividade mesmo enquanto seguíamos o carro batedor.

Muita adrenalina no inicio da prova e algumas equipes foram enganadas pela vontade de estar na frente, inclusive nós, por isso erramos um trecho de navegação logo no início da prova que nos custou uns 25 minutos deixando-nos na lanterna da categoria.

Chegamos então ao PC1, ainda na lanterna, e partimos para uma pista de orientação, onde tinham prismas obrigatórios e prismas de bônus, sabíamos que teríamos que achar todos, pois já estávamos no prejuízo, cumprido o objetivo saímos então em busca do PC2.

Durante este trajeto furei o meu primeiro pneu durante a etapa, mal sabia eu que iniciava ali meu recorde de pneus furados em uma só prova. Consertamos rapidamente e continuamos, mas surpresa nossa, antes mesmo de chegarmos no PC2 novamente o pneu esvaziou, e consertamos desta vez com mais atenção, pois acreditávamos ter deixado passar algo dentro do pneu, por isso furou.

Por incrível que pareça antes mesmo de chegar ao PC6, o mesmo pneu estava murchando, não queríamos acreditar, mas parecia estar furado de novo, enchemos rapidamente, pois era um trecho de asfalto e no próximo PC teríamos um tempo neutro de 15 minutos para travessia da BR, que usaríamos para consertar novamente o tal pneu que insistia em incomodar. Não identificamos o problema pensamos que poderia ser até o aro que estivesse com defeito, mas vamos lá a prova ainda continua e neste ponto ganhamos uma posição, um atleta da equipe que estava a nossa frente sofreu uma queda que chegou partir seu capacete, mas por sorte não passou alem dos hematomas e arranhões.

Melhoramos uma posição, mas ainda continuávamos na lanterna da prova e seguimos nossa estratégia de continuar buscando nem que fosse apenas um bom treino da equipe, forçando o ritmo e sempre motivados.

Depois de muita subida e pneus furados chegamos ao PC7 que era uma área de transição para modalidade trekking, onde teríamos um trecho de difícil navegação noturna com dois PC virtuais para serem encontrados. Como éramos os últimos e não sofríamos pressão de ninguém, gabaritamos a nossa navegação e ficamos surpresos quando voltamos para pegar as bikes e constamos que éramos a sétima equipe a retornar ao posto, ficamos motivados, tínhamos galgado duas posições neste percurso.

Já eram 11 horas da noite quando novamente em cima das bikes saímos pra um trecho de 63 km de subidas e descidas e complicada navegação. Agora éramos seis: tínhamos adotado uma dupla que por não estar segura na navegação uniu se a nós.

Ainda antes de chegarmos ao próximo PC12, bati o meu recorde de pneus furados e pela quarta vez tivemos que consertá-lo. Não acreditávamos no que estava acontecendo e minha equipe estava querendo me matar e lá vamos nós consertar outro pneu, desta vez nossos agregados cederam uma câmera para ver se enganava a urucubaca.

Quando chegamos ao PC14 por volta das 3 horas da madrugada encontramos mais duas equipes paradas com problemas em integrantes da equipe, devido ao forte ritmo imposto no inicio da prova.

Para uma equipe que teve problemas com erro de percurso, vários pneus furados estávamos bem satisfeitos com a 4ª posição, mas ainda tínhamos uma barreira a transpor, o ultimo corte que seria às 6 da manhã no PC17, onde enfrentaríamos mais um pesado trekking para subir uma montanha com um desnível bem acentuado.

Muita garra e determinação foram necessárias, pois o trecho era longo e o tempo era curto. Já eram 05h45min quando chegamos ao PC e as equipes que lideravam já aguardavam a liberação para sair do Dark Zone e entrar no rio. Desmontamos da bikes e nos preparamos para mais 4 horas de caminhada, nós e nossa dupla adotada.

Agora não tínhamos ninguém mais na nossa cola, pois fomos a última equipe a passar pelo corte, era só completar a prova e garantir a posição. Depois de assinar o ultimo PC desconhecido, os nossos agregados resolveram se despedir, incentivados por nós mesmos, pois poderiam brigar ainda pela 3ª posição e o caminho era só de volta, não tinha mais como errar, desejamos boa sorte e lá se foram nossos meninos.

Chegado ao PC20, só faltava remar para a chegada. Achamos que seria rápido percorrer 24 km rio abaixo com possibilidades de corredeiras classe III. Engano nosso... a falta de chuvas tornou o rio um imenso remanso que chegava a dar sono, principalmente porque ninguém oferecia risco a nossa posição, dava até para parar e comer, descansar, dormir, judiar do pessoal que aguardava na chegada...

Próximo do final fizemos um rapel de ponte com pouso no duck e seguimos para o abraço, completando a prova com 23h e 50 minutos desde a largada.

Ah! Só pra constar, quando fui resgatar a bike no AT, o pneu estava murcho. Ninguém merece.

Agradeço a Deus por mais esta oportunidade e nos proteger durante todo o percurso, pela minha equipe que mostrou garra e companheirismo nos momentos difíceis, aos competidores que tornaram o evento valoroso, a organização da prova, aos amigos que torceram pela gente e como não podia deixar de agradecer ao nosso patrocinador e apoiadores que tornaram tudo isso possível.

BORA EQUIPEEEEEEE!!!!!!

Willian Lara
Capitão da equipe All Nature Adventure

 

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