Um sol para cada um - relato de Arnaldo Maciel no Solo Potiguar

Por Arnaldo Maciel - 23.Mar.2009
Essa era a frase que os potiguares falavam para mim, "aqui em Natal temos um sol para cada um, prepare-se". Como vivo em Salvador, uma cidade relativamente quente, achei que este fator não iria me prejudicar tanto. Engano, puro engano.

© arquivo pessoal

Antes da prova de sábado, e portanto antes de conhecer o sol da cidade, cheguei na sexta-feira por volta das 23 horas em Natal e Albert, corredor local, teve a gentileza de me pegar no aeroporto e me levar para o Hotel da prova. Como já havia perdido o briefing ele me avisou que os mapas não foram entregues mas que algumas informações sobre os PC's virtuais, inclusive com fotos, iriam me fazer falta na hora de identificar durante a prova, mas tudo bem, aventura é isso ai.

No hotel experimentei a 1ª vez a sensação de ser "solo". Tive que arrumar a bike, os equipamentos, a mochila com comida, água, etc., e tomar a primeira decisão: iria pedalar de sapatilha. Pode ser até banal a decisão para alguns, mas eu nunca fiz uma prova "clipado" numa bike e como sabia que teria muita areia e single trek, seja o que deus quiser.

No sábado, indo para a largada com o uniforme Landslide mais bonito da Bahia, que agora também fornece para a Olhando Aventura, fui apresentado ao que já citei anteriormente, "o sol de Natal" e aí comecei a ver o quanto me fez falta o briefing. Quase todos os participante deixaram nas bikes tudo o que iam precisar na prova, colete, capacete, mochilas, tavam largando lisos e eu levando tudo, além disso carregando o "meu sol" (risos).

Foram uns 6 km de corrida e muito calor numa parte semi-urbana, em uma avenida muito bonita, junto com corredores de rua que iam fazer um percurso de 5 km. Bate e volta e depois entrando para uma trilha onde encontramos dunas, com subidas e descidas desgastante e muito calor. Bati os PC's 0 (Passarela) e 1 (Árvore frondosa) onde a melhor visão era uma lagoa ao lado e uma PC sempre carinhosa durante toda a prova, Lorena, que já havia remado comigo aqui na Bahia. Chegando ao PC2/AT1 para pegar as bikes depois de um primeiro pequeno erro no trekking e um rasga mato obrigatório cheio de mutucas, peguei a bike.

Com a bike, na companhia de um corredor de SP e um local, saí a mil para recuperar o erro e ai constatei minha primeira acertada. Como era asfalto, a sapatilha fez diferença, e aí coloquei no coroão (lá ele) e fui atrás do PC 3, outra errada básica. Quem é de Natal nem olhou o mapa, mas para mim que não conhecia o bairro, tive que navegar mais calmo, aliás minha 1ª vez também. Bati o PC acompanhado pela TV e reporter, e totalmente "solo" parti para o trecho mais técnico da prova, todo em trilhas, muita areia e muita atenção na navegação. Bati o PC 4 (tábuas na porteira) sem problemas, o PC 5 (mancha na casinha) aliás, todo mundo tinha visto as fotos destes PC's, menos eu, mas sem problemas, e finalmente PC 6, na beira de um rio, onde meu camarada Albert estava e fazia a checagem dos virtuais até ali.

Ele me perguntou se ia pegar o Bônus e eu olhei o mapa, vi que tava no caminho para o PC 7 e claro que ia tentar. Saindo de lá me perguntei porque raios um PC bem na trilha que levava ao próximo PC dava um bonus tão grande de tempo, 1:30, sendo ele tão fácil aparentemente. Descobri depois que poucos pegaram e que para muitos tava muito dificil de achar uma folha sinalizada "garra" no meio de arbustos, que diga de passagem, só tinha isso lá.

Confesso que consegui bater graças a uma ajudazinha na exaltação de um corredor que fazia tempo procurava. Aprendi que em corrida de aventura não se deve pronunciar um PQP alto quando se acha o que procura, (risos).

Aí eu me confundi. Por um momento saí à caça do PC 8 (poste com transformador) achando que o PC 7 (sinalização no arbusto) estava ok, e só lá na frente quando achei um corredor de RN, Neto, é que percebi que estava errado, que eu tinha que voltar para o PC7. Como ele estava desistindo por não achá-lo, o convenci, depois de dar a ele um gole de Coca gelada que havia comprado numa barraca, onde depois da minha pergunta o homem disse, "vou dar esta informação pela vigésima vez" (risos), sinal que tinha muita gente em dúvida e também na minha frente, (risos), a seguir comigo para achar o PC7, que com uma ajudazinha do paulista que reencontrei, o fizemos.

Nos juntamos eu, Neto e o paulista, que estava atrás do bonus e não conseguiu, e fomos bater juntos o PC8, 9 e 10 praticamente um ajudando o outro e navegando em "conjunto".

No PC10 pegamos os caiaques para uma perna de 3 km ida e volta e com insistentes avisos dos PCs para que tomassemos cuidado porque tinha gente que foi parar na praia de Pirangi. Alerta desnecessário, uma vez vendo que quem fez isso não olhou a bússola, pois ao invés de pegar o rio subindo, pegava ele descendo ao contrário, totalmente fora do azimute.

Remada tranquila, mas com caiaque diferente aos daqui da Bahia e muito instável, mas sem problema. Depois, 2 PCs cancelados e uma perna de bike tranquila, asfalto, até o Morro do Careca na praia de Ponta Negra, sem navegação e somente no coroão e velocidade de 30, 35 km/h naquela altura da prova, mas sem medo de ser feliz, (risos)

Chegando no Morro do Careca, larguei a bike e fiz uma trilhazinha no morro e depois uma natação voltando para a chegada. Graças a Deus. Para quem me conhece, a maré tava baixa e eu "andei" em vez de nadar, (risos) e finalmente passando o pórtico de chegada com muito incentivo da galera de PE e RN presente, especialmente, minha esposa e apoio, Lourena, Renato da Carbono, Carol e David da organização, que esperavam os ultimos atletas chegarem.

Valeu muito a prova, super técnica, bem organizada e dura. Fui muito bem recebido em Natal, terra de minha amiga Gilmara, por todos, organizadores, atletas, etc.

Agradeço aos meus apoiadores, Deuter, New World Bike (minha bike tá show), Landslide (uniforme mais bonito), Vidativa, Princenton Tec e Sea to Summit que me faz um atleta muito bem equipado.

Deixei meu sol lá, mas com a promessa que voltar para disputar outras etapas do circuito de provas Solo, afinal a primeira vez ninguem esquece.

Arnaldo Maciel
www.olhandoaventura.com.br

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