Para atletas de ponta, o Adventure Camp Brotas foi mais duro que a primeira etapa
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Como previsto, o clima estava fechado e a chuva era a única certeza entre os diversos desafios a serem enfrentados pelos atletas durante o percurso.
Entre as equipes presentes, oito delas se encontram entre os Top 10 dos quartetos do RBCA, Ranking Brasileiro de Corrida de Aventura, até a Atenah, mas com uma formação diferente (Camila Araújo, Cris Carvalho, José Caputo e Miguel Mitne), já que Nora Audrá está morando na Nova Zelândia e participou recentemente do AR World Championship e Shubi Guimarães, que está sempre trabalhando no evento com os Teens. As únicas que ficaram de foram são de outros estados - Papaventuras (RS) e Audax (PR).
As largadas separadas das categorias mandou os atletas de diferentes idades para caminhos diferentes, mas a competitividade e o ritmo de saída eram muito parecidos, até mesmo para o pequenos participantes dos kids.
Enquanto os Kids se reagrupavam e se preparavam para um trekking em um pasto bem próximo do local da largada, as primeiras equipes adultas apareceram correndo, pulando cercas e espantando o gado do local. Elas já tinham alcançado a primeira área de transição e somente uma dupla passava pelo local, a outra seguia remando pelo rio próximo.
Isto é, como o regulamento não exige que os atletas cumpram as modalidades previstas e possam fazer opções estratégicas, a Motorola SOS Mata Atlântica, apesar de ser formada por ótimo remadores, decidiu fazer uma portagem no começo da etapa e se destacava das outras pelo grande duck amarelo nas mãos. A equipe não contou nesta etapa com o atleta Márcio Franco, que está com o braço machucado devido a um acidente de mountain bike e longe das corridas por cerca de 3 meses.
As duplas se encontravam novamente no posto de controle montado dentro da cidade de Brotas e então trocavam de lugar. A chuva começou a cair forte e os atletas que esperavam pelos seus companheiros de equipe não tinham muito o que fazer, a não ser tentar espantar o frio. Eles não podiam nem mesmo ajudar a puxar os ducks para cima até que ele estivesse no nível da rua.
A pouca experiência nas corredeiras também obrigou alguns atletas a tomar um banho forçado nas águas do rio Jacaré Pepira, mesmo com a ajuda e orientação dos instrutores no local. Sem querer arriscar muito, outras equipes decidiram carregar as embarcações pelo asfalto até a entrada de volta ao rio, após a portagem obrigatória.
Essa foi uma das maiores etapas de canoagem já incluída no Adventure Camp.
Na entrada do rapel, já na modalidade de trekking, as equipes se dividiram novamente: dois faziam a descida de rapel na cachoeira e os outros dois caminhavam até o local de encontro no PC11.
Seguindo uma informação errada (ouça áudio no menu lateral), a dupla da Sundown Oskalunga, Frederico Gall e Mirela Albrecht, vinha em primeiro lugar e acabou pegando uma entrada errada, bem antes do local correto. Logo atrás apareceu Zé Pupo e Ícaro de Oliveira, da Motorola SOS Mata Atlântica, que acabou seguindo pelo mesmo caminho dos líderes.
Após desaparecerem no meio da mata fechada e cheia de espinhos por alguns minutos, as duas equipes voltaram para a estrada só que desta vez, juntas, e como a diferença de tempo entre as primeiras colocadas era muito pouca, sem a liderança. “O Zé Pupo nos alcançou e perguntou que lugar estávamos no rapel e respondi, 3º”, relatou Camila Araújo, da Atenah Tecfire. “Depois de responder ele disse que então estávamos em 1º lugar, e nos passou junto com a Oskalunga”, completou.
Todos que fizeram o rapel ficaram extasiados pela longa descida e beleza do lugar, com as cordas foram montadas entre as duas quedas d' águas. Sem muita opção, os atletas terminavam a descida em uma piscina natural, onde nem mesmo a água gelada ou o vento frio tiravam os sorrisos do rosto.
Pela frente as equipes tinham o canyoning, seguindo por um caminho cheio de pedras e que frequentemente cruzava as águas que vinham da cachoeira.
Perto da metade da seção, a mata se abria e o rio seguia para a esquerda, enganando muitas equipes. No lado direito, escondido por um tronco de árvore, estava o começo da trilha que seguia direto para o posto de controle.
Entre as equipes que seguiram direto pelo rio estava a Aventure-se IG, que acabou deixando outra dupla esperando por mais de uma hora no PC11. "Sorte”, quem teve foi a FAAP Aventura. As duas duplas se perderam por mais de uma hora também, mas acabaram se reencontrando no posto de controle com poucos minutos de diferença e ninguém precisou ficar sentando esperando.
Oskalunga, SOS Mata Atlântica e QuasarLontra saíram juntas do PC11, mas não muito longe estavam Atenah, Selva e ARS São Franscisco.
Como Guilherme Pahl, da Oskalunga, descreveu, praticamente começou uma nova corrida a partir do PC12. De volta às bicicletas e por um caminho sem muita navegação, foi uma disputa dura entra as sete primeiras colocadas.
"Acho que essa foi uma etapa muito mais dura comparada com a primeira", disse Guilherme Pahl, da Sundown Oskalunga, se referindo à disputa lado a lado com as outras equipes. "A disputa pela premiação final tornou a seção final muito competitiva", completou. A classificação final foi totalmente decidida no pedal até a chegada.
A mesma opinião teve Ricardo Tamaoki, o Xuxa, da equipe Mitsubishi QuasarLontra. “A gente já esperava uma prova bastante difícil, mas ela foi além das nossas espectativas. Tivemos a infelicidade de furar o duck e tivemos que fazer 5 quilômetros com duck debaixo d´água. A Oskalunga tinha passado a gente no pedal final e aqui, chegando na cidade, pegamos uma rua errada e perdemos o segundo lugar”, disse Xuxa.
Carol Hess, que conquistou o quinto lugar com a Selva NSK Kailash, disse que foi a primeira vez que “quebrou” em um corrida. (ouça áudio no menu lateral).
Mas a impressão de uma prova mais dura para as primeiras equipes provavelmente se deu devido à competitividade metro a metro. Entre os iniciantes aconteceu o contrário, achando que a Brotas teve menos desnível e portanto mais fácil que a prova em Pindamonhangaba.
Apenas terminar - enquanto as primeiras equipes lutavam pela vitória, alguns atletas se esforçavam para pelo menos estar na largada, como Rafael Moriachi, da equipe Seiva. Apesar de estar sempre cuidando das pessoas na sua profissão de médico, devido a uma forte gripe foi ele quem precisou de ajuda para participar da prova. (ouça áudio no menu lateral).
Algumas pessoas que começaram no esporte a partir das clínicas do evento, nesta etapa deixaram as camisetas verdes de lado e correram com as pretas, da categoria principal do Adventure Camp Brotas. É caso da equipe Familia Fernandes Aventura, composta pelo pai Renato Fernandes (51), o filho Rafael Bussab Fernandes (14), a filha Roberta Bussab Fernandes (17) e capitaneado por Mario Sanchez, amigo da família, e experiente corredor de aventura e que participou do Primal Quest Utah, em 2005, nos Estados Unidos. Era a segunda participação da equipe na prova e que mostra a diversidade . (Ouça relato no menu lateral).
Outra equipe que participava pela segunda vez de uma corrida de aventura era os integrantes da Bambus, que comiam um espeto de churrasco na praça Bela Vista, local onde foi montada a chegada da competição. (Ouça relato no menu lateral).
Deixando um pouco os adultos de lado, entre os Teens a competitividade não é diferente e quem se destaca nessa categoria é a Matero Team, campeão do circuito 2006 e assim como a Oskalunga, vencedora das duas primeiras etapas e líder do ranking, seguida da X-Treme, sua eterna rival.
As duas equipes foram penalizadas neste etapa, mas mesmo assim conseguiram manter suas posições. A Matero Team pela integrante já estar em idade de competir na categoria adultos, e a X-Treme por perder um posto de controle.
Classificação Parcial
Adultos
1 - Sundown Oskalunga
2 - Atenah Tecfire
3 - Mitsubishi QuasarLontra
4 - ARS São Franscisco
5 - Selva NSK Kailash
6 - Motorola SOS Mata Atlântica
Teens
1 – Matero Team
2 – X-Treme
3 – Prof Léo
Site oficial: www.adventurecamp.com.br
