Correr no calor

Cada vez mais as corridas se diversificam e se espalham por todos os lugares, não se restringindo apenas às grandes cidades, elas estão indo bem além das fronteiras. Ao mesmo tempo muitos de nós ficamos vislumbrados e de cara já escolhemos aquelas que mais nos atraem.

Mas uma coisa muitas vezes me chama a atenção: tratando-se de corridas em trilhas e esportes outdoors em geral, podemos ver que muitos atletas evitam provas em ambientes com mais calor, qual seria o motivo real? Pois o inverso disso não acontece tanto. Podemos ver uma grande quantidade de atletas indo para provas frias, com nevascas até, em temperaturas de deixar o corpo todo tremulo, os pés dormentes e fazendo o atleta se encher de aparatos para se aquecer como puder.

Então, qual seria o motivo principal, já que o fator ‘’correr em ambientes extremos’’ leva muito mais os atletas ao extremo gelado do que o extremo quente?

É obvio que podemos supor já de cara alguns motivos. É bem claro, para quase todos, que corridas em ambientes mais frios nos deixam numa situação bem mais confortável. Não falo aqui do frio extremo, como um frio polar, mas sim do frio da maioria das provas em média, que permite inclusive para muitos uma situação bem mais favorável para um melhor performance. Um outro ponto é que o frio pode ser ‘’controlado’’ , bastam algumas camadas de roupas e pronto, conseguimos suportar bem e continuarmos em frente. 

Do contrário também podemos supor os muitos motivos do porque os atletas evitam provas com mais calor.

Primeiro de tudo, incomoda, e muito. O calor nos deixa muito desconfortáveis, não tem como diminuir seu impacto. Não existem roupas que resfriem nosso corpo (pelo menos não conheço). Existem, claro, vestimentas para evitar uma ação mais drástica dos raios UV, mas parece não ter como diminuir a sensação de calor e isso faz muitos atletas deixarem de curtir grandes eventos, de conhecer em outros lugares, com outras características naturais.

Queda de performance com o calor

Sabemos que a performance do atleta cai bastante em ambientes com maior calor. O clima quente desacelera o seu ritmo – entre 1,5% a 3% a cada salto de 10 graus acima dos 13ºC. Sem falar na umidade, que se for maior causa mais perdas e desgastes fisiológicos. Mas e aí? Será que não valeria a pena correr em provas mais quentes se no caso, isso me levasse a conhecer outros lugares novos? Lugares de diferentes culturas, diferentes visuais e diferentes sensações?

Uma coisa é certa, existem trilhas em diversas partes do planeta, desde a gélida Noruega até os desertos do Marrocos, da Serra Fina à Chapada Diamantina. Lugares belos, com suas peculiaridades e desafios, que podem nos dar tanto experiências com seus encantos visuais, culturais quanto nos seus extremos de temperaturas.

Desafie-se!

Já que a moda é dizer que devemos sair da nossa zona de conforto então busque algo novo em seus desafios.

Teremos uma prova de maratona trail ainda esse ano (23 de novembro) nas areias do deserto do Sahara, mas caso não possa se planejar para uma viagem tão longa convido vocês a explorarem mais a região nordeste do nosso país, onde temos provas fantásticas, desde Corridas de Orientação e Aventura, MTB, Trail Running até grandes provas de Triatlons (um exemplo é o ‘’cabra da peste’’, feito nas distâncias Iron Man numa praia paradisíaca e conhecida pelos seus ventos fortes, a famosa Cumbuco Beach). Para muitos esse é um dos triatlons mais duros e desgastantes do Brasil.

Pós-prova “de rico”

Enfim, fica a dica para quem quer se aventurar um dia pelo calor, nosso Nordeste está de braços abertos te esperando. E não se preocupe, o pós prova eu garanto que vale muito a pena, tomando uma água de coco bem gelada deitado numa rede de frente pro mar embaixo de arvores e com aquele vento que só aqui tem… rs

Afinal, correr é bom, mas aproveitar o depois é muito melhor.

Te espero por aqui.
Plauto Holanda.

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