Estudos geográficos na prática esportiva

2.2. Histórico no mundo e no Brasil
Na maioria das páginas eletrônicas das Federações de Orientação espalhadas pelo Brasil e da Confederação Brasileira de Orientação (CBO), encontramos o histórico completo do desporto Orientação no Brasil e no mundo, além disso, alguns trabalhos científicos sobre o tema, possuem vastas fontes com detalhes sobre o histórico do desporto, do início até os dias atuais, como em (MELLO, 2004), na Dissertação de Mestrado em Educação: “DESPORTO ORIENTAÇÃO – ferramenta pedagógica para a educação“ e em (GUILARDUCCI, 2005), no trabalho de Pós Graduação em Educação Física: “TREINAMENTO ESPORTIVO DE BASE – sistemas energéticos para corrida de orientação”. Grande parte do histórico aqui mencionado foi baseada na investigação feita nos dois trabalhos acadêmicos citados anteriormente.

A Orientação, como atividade, acompanha o homem desde sua origem. No entanto, como esporte, surgiu nos países nórdicos há mais de cem anos, com o propósito de realizar-se uma atividade física ao ar livre, mantendo a mente do praticante ocupada em toda a sua execução e contribuindo para a educação ambiental. (COVAR, 2004).

A orientação provavelmente teve sua origem na antiguidade, com a observação dos astros pelo homem primitivo. Dessa forma o homem pôde determinar os pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste – elementos básicos de qualquer sistema de navegação, isto, milhares de anos antes de Cristo. Inicialmente, a orientação caracterizou-se pelo aspecto puramente utilitário, uma vez que se orientando o homem poderia expandir seus horizontes, voltar para casa com segurança, assegurar vantagens nas guerras, entre outros fatores.

Certamente teve grande impulsão devido à necessidade da expansão marítima iniciada no séc XV, protagonizada, principalmente, por portugueses e espanhóis, o que levou a utilização e aperfeiçoamento de instrumentos como o astrolábio e a bússola.

Como esporte, originou-se nos países nórdicos na segunda metade do séc XIX. Teve grande aceitação entre os militares devido à importância estratégica que a Orientação poderia representar nos combates.

No início do séc XX teve grande impulso, sendo realizado competições em países europeus, especialmente na Suécia.

Em 1912, a Orientação entra no programa da Federação Sueca de Atletismo por influência de um chefe de escoteiros, Ernst Killander, que arrastou para esta nova forma de correr, os jovens que se afastavam da corrida e do atletismo.

Em 25 de Março de 1919, realizou-se a primeira competição oficial, a prova de Estocolmo, realizada perto de Saltsjöbaden (15 Km a Sudeste da capital sueca), que reuniu 217 participantes inscritos em 3 Categorias, dos quais 155 iniciaram a prova. Com 12 Km e apenas 3 pontos de controle, a prova foi organizada pela Federação de Desportos de Estocolmo, tendo como diretor de prova o First Major Ernst Killander. (ORIENTAÇÃO.NET, 2004).

Já difundida nos países nórdicos, a orientação estende-se e desenvolve-se por diversos paises após a 2ª Guerra Mundial. Inicia-se a internacionalização desse esporte com intercâmbios e competições internacionais. “Em 1961, em Copenhague, Dinamarca, vários países da Europa, fundaram a International
Orienteering Federation (IOF).” (ORIENTAÇÃO.NET, 2004).

“Em 1966 realizou-se na Finlândia o primeiro Campeonato Mundial de Orientação.” (EsEFEx, 2002).

Em 1977, “o esporte Orientação é reconhecido pelo International Orienteering Federation” ORIENTAÇÃO.NET, 2004).

No Brasil, a orientação foi introduzida por militares da Forças Armadas devido à importância estratégica desse esporte para a profissão militar. “Em 1970 alguns militares foram à Europa observar as competições de Orientação do International Military Sports Council – CISM.” (ORIENTAÇÃO.NET, 2004). “Já em 1971, o Brasil competiu no V Campeonato do CISM, realizado na Noruega” (EsEFEx, 2002).

Ainda em 1971, “o Coronel Tolentino Paz, pioneiro na Orientação, organizou as primeiras competições militares no Brasil.” (ORIENTAÇÃO.NET, 2004). “Em 1974, a matéria orientação foi incluída no currículo da Escola de Educação Física do Exército.” (EsEFEx, 2002).

“Em 1983 foi realizado em Curitiba, PR, o Campeonato Mundial Militar de Orientação que contribuiu para o desenvolvimento do desporto entre os militares brasileiros.” (ORIENTAÇÃO.NET, 2004).

A partir da prática do desporto Orientação por vários militares e ex-militares, o esporte foi se popularizando em várias partes do Brasil e foi criada a Confederação Brasileira de Orientação.

Em 11 de janeiro de 1999, com o intuito de regulamentar o esporte e difundi-lo para o meio civil, foi oficialmente fundada a Confederação Brasileira de Orientação (CBO) órgão máximo desse esporte em nosso
país. A Confederação Brasileira de Orientação é um órgão reconhecido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e vinculada à International Orienteering Federation (IOF). O primeiro presidente eleito da CBO foi o 1ºSgt Art José Otávio Franco Dornelles. (EsEFEx, 2002).

Atualmente a Orientação no Brasil, possui clubes e federações bem organizados que são filiados à CBO. A prática que anteriormente era somente com militares ganhou muitos adeptos e hoje é consolidada como um esporte para todos.

Após a consolidação da orientação como esporte, surge na Nova Zelândia a Corrida de Aventura como uma nova atividade esportiva de várias modalidades, onde a mais importante delas é a Orientação. Rapidamente se espalhou por todo mundo.

As origens das corridas de aventura estão ligadas à corrida multi-esportiva (corrida em montanha, canoagem e mountain biking) realizada na Nova Zelândia, chamada Coast to Coast. A primeira edição aconteceu em 1980 e foi o primeiro evento multi-esportivo realizado junto à natureza. A corrida foi
criado durante uma conversa em que os interlocutores souberam que os Norte Americanos estavam criando um desafio selvagem, o próximo passo na procura interminável do desafio e conhecimento do limite humano […] O próximo passo foi a criação do Raid Gauloises (comumente conhecido como Raid), realizado pela primeira vez na Nova Zelândia, em 1989, e a primeira corrida multi-esportiva de longa duração em que foi exigido a formação de equipes mistas. Criado por Gerard Fusil, o Raid rapidamente popularizou as corridas de aventura na Europa (principalmente na França, país de Fusil), Austrália e Nova Zelândia. (ADVENTUREMAG, 2004).

Em 2004, surge o Radical Trekking, com um formato genuinamente brasileiro, foi idealizado por Planetaventuras – Cursos e Eventos de Aventura, onde agrega princípios da Corrida de Orientação e particularidades da Corrida de Aventura, realizado em duplas ou individualmente.

O que é RADICAL TREKKING? aventura, esporte, navegação, estratégia, adrenalina, lazer, treinamento, contato com a natureza, fusão da Orientação Cartográfica com o Trekking. (PLANETAVENTURAS, 2004)

No ano de 2005 ocorreram três edições que atingiram grande sucesso, o que proporcionou oportunidade de participação em 2006 do calendário de esportes de aventura do Projeto “EU AMO BH RADICALMENTE”, com apoio de várias entidades públicas e privadas.

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