A vida na montanha

Por Fernando Lima - 30 Ago 2016 - 12h39

A dois anos e meio atrás decidi que minha vida tinha que tomar um outro rumo, longe do caos e da cobrança de uma sociedade que te exige padrões que eles acreditam que sejam o ideal para uma vida perfeita. Cansado disso, me lancei ao mundo a fim de descobrir uma nova forma de viver, sem padrões, sem regras, só seguindo meu instinto e sonhos.

Por casualidade cheguei ao Chile, onde tive a oportunidade de viver várias primeiras vezes na minha vida. De inicio me aventurava como um mochileiro. Nas rodovias chilenas pedia carona e me deixava levar até onde pudesse chegar. Em uma dessas aventuras cheguei até a cidade chamada Pucón, onde pela primeira vez vi a neve e um vulcão. Era algo incrível para mim, não podia acreditar que estava vendo algo tão grandioso.


© nativoprod.com

Essa impressão tão forte me fez desejar estar ali mesmo, na neve, no cume. E foi assim que como turista tive meu primeiro contato com a montanha, quando pude pela primeira vez estar em uma montanha, ou melhor, em um vulcão e ainda por cima o mais ativo do sul da américa. Era algo totalmente novo para mim, algo inexplicável e só podia agradecer por ter esse privilégio.

Ao estar no cume vi guias esquiando até os pés do vulcão e isso me encantou. Jurei para mim mesmo que um dia faria isso.

Minha aventura como mochileiro continuou até a Patagonia Chilena e cada vez mais tendo contato com a montanha e sem saber, me apaixonando por ela. O desejo e o sonho de estar na montanha me fez com que aos poucos fosse me dedicando a ela. Comecei primeiro trabalhando em uma agência de turismo e então tive a oportunidade de aprender o snowboard e fazer minha primeira descida da cratera do vulcão Villarrica e isso me fez apaixonar mais ainda por esse estilo de vida. Me dediquei a aprender mais sobre a montanha e tudo que era necessário para poder viver como um montanhista.


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Tive muitas experiências, subi muitas vezes o Villarrica, desci de snowboard em diversas condições - com neve dura, fresca, congelada, nublado, com sol - e isso fez me dar a confiança necessária para seguir adiante com o sonho. Tive o prazer de presenciar a erupção do Vulcão Villarrica depois de 33 anos sem expressar sua grande força. Eu estava ali, ao seus pés, desfrutando uma linda e grandiosa erupção e foi quando tive a certeza que queria ser um montanhista e me dedicar a isso.

No inicio não tinha muito apoio por parte dos montanhistas chilenos por ser um brasileiro. O tempo passou e tive o prazer de conhecer um grande montanhista chileno, Nicolas Palma Meyer, que desde então se tornou um grande amigo e meu mentor. Meus sonhos foram crescendo e queria chegar cada vez mais longe.

Nico me deu a oportunidade de viver próximo ao vulcão Llaima, onde ele administra um refúgio de montanha e também realiza cursos. Com ele aprendi muito. Saiamos sempre a fazer algo e ele sempre me apoiava em meus sonhos. Fui adquirindo bastante conhecimento e tive o prazer de poder fazer importantes ascensões como o Cerro Castillo e Cerro Palo e um intento de abrir uma nova vía no Cerro Chocolate, ambas escalada em móvel na Patagonia Chilena na região de Aysen e ademais outras ascensões no Brasil e no Chile.

Hoje em dia me dedico totalmente ao montanhismo. Com desejos e sonhos sigo fazendo o possível para poder evoluir e viver do que eu amo. Poder sair do Brasil de uma vida cotidiana e chegar a me torna um montanhista é algo indescritível que só posso resumir em algumas palavras: amo a vida que eu vivo e vivo a vida que eu amo.


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Fernando Lima
Por Fernando Lima
30 Ago 2016 - 12h39 | geral | Outros
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